2020 fechará sem inflação

O ano de 2020 fechará sem inflação. Os dados mais recentes do INE relativos a outubro de 2020 apuraram uma ligeira descida generalizada dos preços em termos homólogos de 0,1%.

A oscilação entre valores marginalmente negativos e positivos da taxa de inflação homóloga é já algo que se vem registado há vários meses. Como consequência a taxa de inflação clássica – a taxa de variação média dos últimos 12 meses – fixou-se, no ano terminado em outubro de 2020, em meros 0,1%.

A continuar a registar valores negativos em novembro e dezembro, o ano deverá fechar com inflação nula ou mesmo ligeiramente negativa.

A Comissão Europeia na revisão de outono das suas projeções macroeconómicas antecipava aliás uma inflação negativa de 0,1% em Portugal, para 2020. Provavelmente será essa a realidade.

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Porque estão os preços a descer?

Eis o que o INE destaca para explicar a evolução da variação homóloga negativa de outubro de 2020 e que deverá levar a que 2020 fechará sem inflação.

Variação homóloga: -0,1%
A variação homóloga do IPC foi -0,1% em outubro de 2020, valor idêntico ao registado no mês anterior. Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 30 de outubro (mais informações sobre valores estimados e definitivos são apresentadas no Quadro 2 no final deste destaque).
O indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação homóloga de -0,1%, taxa superior em 0,1 p.p. à registada em setembro de 2020.
O agregado relativo aos produtos alimentares não transformados registou uma variação homóloga de 4,5% em outubro (valor superior em 0,3 p.p. ao registado no mês precedente), enquanto o índice referente aos produtos energéticos apresentou uma taxa de variação de -6,0% (-5,6% no mês anterior).
Tal como se pode verificar no gráfico seguinte, por classes de despesa e face ao mês precedente, é de destacar o aumento das taxas de variação homóloga das classes dos Bens alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1), dos Restaurantes e hotéis (classe 11), dos Transportes (classe 7) e dos Bens e serviços diversos (classe 12), com variações de 2,5%, -0,4%, -2,9% e 1,7%, respetivamente (2,0%, -0,7%, -3,2% e 1,4% no mês anterior). Em sentido oposto assinala-se a diminuição da taxa de variação homóloga da classe da Educação (classe 10), do Vestuário e calçado (classe 3) e do Lazer, recreação e cultura (classe 9), com variações de -1,5%, -2,9% e -0,3%, respetivamente (-0,8%, -2,4% e 0,2% no mês anterior)

Continuaremos a acompanhar este tema.

2 comentários

  1. Vamos ver nas grandes superficie e em todo o comércio em geral, o aumento abusivo de todos os produtos alimentares, que subiram quase para o dobro. Como podem estar a fazer uma publicidade falsa, quando nós os pequenos consumidores sentem o peso do aumento do custo de vida nesse sector. Para quem apresenta esses dados sobre a inflação, não sente as necessidades, trazidas por essa inflação gananciosa. Já sabemos como é e por isso não nos surpreende.

  2. Será que essa notícia da inflação zero serve para o estado não aumentar os vencimentos, baseado no indice de inflação? DEste governo é de esperar tudo.

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