O Banco Central Europeu (BCE) reafirmou que irá ter uma política alinhada com o estímulo à economia através daquilo que se designa de política monetária expansionista. Esta política poderá passar por novas descida das taxas de juro diretoras do BCE, compra de dívida soberana e corporativa, entre outros. Na prática esta política garantirá que, entre outros, os encargos com crédito à habitação voltam a descer em 2019.
O pretexto para o reforço desta política – que vinha sendo suavemente reduzida há já algumas trimestres – é o arrefecimento da economia europeia e mundial registado nos meses mais recentes.
Encargos com crédito à habitação voltam a descer
Como consequência desta afirmação, os mercado reagiram e estão a assumir que a política do BCE “garante” juros negativos durante 5 anos. Por outro lado, indexantes como a Euribor a 3, 6 e 12 meses estão a bater novamente os seus mínimos históricos aliviando, com isso, o encargo com os créditos (nomeadamente o crédito à habitação) estão novamente em queda, nos contratos que usem estes indexantes.
Juros negativos “garantidos” por mais 5 anos
Esta “garantia” ou confiança, pode ser confirmada por produtos negociados nos mercados que revelam as expectativas futuras quanto àquilo que esperam seja a taxa de juro praticada em contratos de crédito nos próximos anos.
Há vários produtos destes, chamados de futuros de indexantes de crédito, para vários horizontes temporais futuros (vão de meses a vários anos) e, em meados de julho de 2019, constata-se que quem está a “apostar” naquilo que espera ser o juro futuro do crédito, está a pôr o seu dinheiro numa expectativa que acredita que só em 2024, os juros dos indexantes do crédito (como a Euribor, swaps de taxas de juro ou outras taxas usadas para definir o juro a pagar nos créditos) poderão passar a valores positivos.
Se esta expectativa se confirmar, serão pelo menos 9 anos consecutivos de taxas de juro negativas nos indexantes dos contratos de crédito, um período que seria considerado inacreditável para a generalidade dos economistas ainda há poucos anos.
Como sempre, a evolução da economia e dos preços determinará novas alterações à política monetária dos bancos centrais, condicionando as prepetivas quanto às taxas de juro e o impacto nos contrários de crédito.