Os meses mais recentes não estavam a ser particularmente famosos em termos de indicadores de confiança da economia portuguesas. Eram vários os setores de atividade com indicações de menor confiança, contudo, os dados relativos ao mês de fevereiro não vieram confirmar a tendência do último cerca de meio ano, levantando a pergunta sobre qual será a evolução que irá predominar ao longo de 2019.
A verdade é que o clima económico melhorou em fevereiro em três dos quatro setores empresariais analisados pelo INE tendo inclusive batido o máximo histórico no setor da construção (que vinha já de 2002). A fazerem companhia à construção destacam-se os serviços e o comércio.
Apenas a indústria transformadora regrediu um pouco em fevereiro. Foro dos setores económicos, surge o indicador de confiança dos consumidores que, esse sim, mantém a tendência de perda de confiança dos últimos meses. A exceção na menor confiança dos consumidores surge nas expectativas de evolução do emprego que continuam a melhorar.
Resta saber que a melhoria nas empresas, em especial ao nível da sua carteira de encomendas, irá contagiar os consumidores. Um tema a acompanhar nos próximos meses.
Eis a síntese do INE com mais algum detalhes (sublinhados nossos).
A diminuição do indicador de confiança dos Consumidores em janeiro e fevereiro refletiu o contributo negativo do saldo das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes.
O indicador de confiança da Indústria Transformadora diminuiu em janeiro e fevereiro, retomando o movimento descendente iniciado no início de 2018. O comportamento do indicador resultou do contributo negativo do saldo das perspetivas de produção e das opiniões sobre a procura global, tendo as apreciações sobre a evolução dos stocks contribuído positivamente.
O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas aumentou em fevereiro, atingindo o valor máximo desde março de 2002. A evolução do indicador refletiu o contributo positivo de ambas as componentes, opiniões sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, mais significativo no primeiro caso.
O indicador de confiança do Comércio aumentou em fevereiro, contrariando o movimento descendente observado nos dois meses anteriores e refletindo o contributo positivo de todas as componentes, opiniões sobre o volume de vendas, perspetivas de atividade e apreciações sobre o volume de stocks, em particular no primeiro caso.
O indicador de confiança dos Serviços aumentou em janeiro e fevereiro, suspendendo o movimento descendente observado entre setembro e dezembro. No último mês, verificou-se uma evolução positiva das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, tendo as expetativas sobre a evolução da procura estabilizado e o saldo das perspetivas sobre a atividade da empresa diminuído.
Recorde aqui como começou o clima económico em 2018.