Em 2014 foi acoplado ao inquérito ao emprego realizado em Portugal e nos restantes países da União Europeia, um questionário que pretendia caracterizar os emigrantes portugueses e descendentes no mercado de trabalho europeu. Referimos os portugueses porque são os de nosso principal interesse mas, naturalmente, o referido inquérito permite caracterizar o que se passa com cidadãos de outras nacionalidades.
Segundo o INE, este inquérito permite “identificar e analisar a situação dos residentes nesses países que têm background emigratório português, sejam emigrantes de primeira geração ou descendentes de emigrantes (emigrantes de segunda geração)“.
Deste inquérito resultou um destaque à comunicação social e, em especial um estudo que aqui promovemos e que pode ser consultado gratuitamente (em PDF): “Emigrantes portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho europeu“. O INE divulga ainda em formato excel e de ficheiro de dados a informação quantitativa mais relevante de suporte às suas publicações.
Eis alguns dos destaques que extraímos da informação do INE:
População com background emigratório mais jovem do que em Portugal e na Europa
- Em 2014, estima-se que residiam nos países europeus participantes do módulo ad hoc cerca de 1,7 milhões de pessoas com background emigratório português: 907,1 mil (52,8%) emigrantes de primeira geração e 812,2 mil (47,2%) emigrantes de segunda geração.
- As pessoas com background emigratório português residiam em apenas quinze dos países analisados, com destaque para: França (62,6%), Suíça (14,1%), Espanha (9,3%), Reino Unido (7,6%) e Luxemburgo (3,2%).
- Mais de um terço da população com background emigratório (36,6%) tinha idade dos 25 aos 39 anos (30,2% em Portugal e 30,8% na Europa).
- Menos de um terço (30,3%) tinha entre 40 e 54 anos (34,0% e 32,9% em Portugal e na Europa, respetivamente) e um quinto (20,0%) tinha entre 15 e 24 anos (16,2% e 16,9% em Portugal e na Europa, respetivamente).
- A estrutura etária dos emigrantes de segunda geração destaca-se particularmente por ser mais jovem comparativamente aos residentes do mesmo âmbito etário, quer em Portugal, quer no conjunto dos países europeus em análise: 79,6% dos emigrantes de segunda geração tinham entre 15 e 39 anos, o que compara com 46,4% e com 47,7% em Portugal e na Europa, respetivamente.
Segunda geração de emigrantes mais escolarizada
- Em 2014, o perfil escolar da segunda geração de emigrantes era similar ao da média da população europeia analisada: 27,4% possuíam ensino superior (26,2% na Europa, 19,3% em Portugal e 11,7% no conjunto dos emigrantes de primeira geração);
- e 42,5% tinham ensino secundário e pós-secundário, proporção próxima da que se verificava no conjunto de países europeus analisado (44,3%), mas bastante acima da observada em Portugal (23,6%).
Pode consultar aqui mais referências do Economia e Finanças à emigração.