Portugal tem conseguido aumentar as exportações de bens para dentro da própria União Europeia ao ritmo de +3,2% ao ano desde o início de 2016. Já as importações de bens estão a crescer a um ritmo mais moderado (0.7%) face ao primeiro trimestre de 2015.
Recorde-se que a União Europeia absorve 76,8% de todas as nossas exportações e vende-nos 78,1% de todas as importações que adquirimos.
Esta realidade de significativo dinamismo das exportações para os nossos parceiros comunitários contrasta com a forte queda das exportações para fora da União Europeia.
No primeiro semestre as exportações extra-comunitárias caíram 15,9%. Este fenómeno estar muito mais relacionado com problemas específicos nos mercados externo do que propriamente na nossa economia. Note-se que as importações que estamos a adquirir a estes países extra-comunitários também caíram 8,8% no mesmo período, evoluções completamente dispares das registadas para a União Europeia ou mesmo para a Zona Euro.
Sem Angola e China as Exportações teria crescido no primeiro semestre:
O que diz o INE quanto ao primeiro trimestre de 2016?
Exportações:
“(…) diminuíram 1,8% face ao 1º semestre de 2015, principalmente devido à redução das exportações para Angola (-44,5%) e China (-36,4%).
Excluindo as transações para estes dois parceiros as exportações registaram um aumento de 0,8%.”
Importações:
“(…) diminuiram 1,4% no 1º semestre de 2016 em relação ao período homólogo de 2015.
Para esta evolução contribuiu sobretudo a redução das importações originárias de Angola (-49,6%).
As importações excluindo as transações para este país diminuíram 0,3%.”
A ordem de grandeza:
Para se ter uma outra noção da ordem de grandeza do que se está a passar, destacamos que em 2016 exportámos mais € 596,5 milhões para dentro da União Europeia do que em 2015 (primeiros semestres). Este ganho foi completamente pulverizado por uma queda de €1086,1 milhões nas exportações para fora da União Europeia.
Por via do comércio externo estão assim a importar uma parte da grave crise económica que afeta alguns dos nossos principais parceiros extra-comunitários. Parceiros esses que, em função do colapso das suas economias (pensamos em especial em Angola) estão, na prática a perder um estatuto relevante no comércio internacional português dado que também estamos a reduzir drasticamente as importações com essa origem (menos €632,5 milhões que compara com mais €172,4 milhões de importações da UE no mesmo período).
Mais informação:
Sobre este tema leia ainda “Balança Comercial melhora em €346 milhões“.
Não deixe de acompanhar as nossas análises das Estatísticas do Comércio Internacional.