Taxa de Poupança das Famílias 2015: o gráfico fala por si, retrata a taxa de poupança das famílias ao longo dos trimestres desde o quarto trimestre de 1999 até ao terceiro trimestre de 2015 e incorpora os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Taxa de Poupança das Famílias 2015
A taxa de poupança das famílias registou no terceiro trimestre de 2015 o mais baixo valor desde, pelo menos, o ano de 1999.
Esta evolução poderá ajudar a explicar o aumento do consumo das famílias ao longo dos últimos trimestres que tem superado largamente o aumento do rendimento disponível. É também razoável especular que a margem para manter o ritmo de consumo por via do esmagamento da poupança estará próximo de se esgotar definitivamente.
Recordamos ainda que esta constatação sucede sob um cenário de taxas de juro de depósitos a prazo e de acesso ao crédito historicamente baixas.
Esta informação decorre da difusão das Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional.
Eis a súmula do INE:
“A poupança corrente da economia aumentou no 3º trimestre em consequência do crescimento do rendimento disponível da nação ligeiramente superior ao aumento da despesa de consumo final da economia. Este aumento foi compensado pela redução do saldo das transferências de capital pelo que a capacidade de financiamento da economia se manteve em 1,3% do PIB.
A capacidade de financiamento das Famílias diminuiu para 1,3% do PIB no ano acabado no 3º trimestre de 2015 (menos 0,6 p.p. que no trimestre anterior). A taxa de poupança fixou-se em 4,0% (redução de 0,8 p.p. face ao trimestre precedente), traduzindo os efeitos conjugados do aumento do consumo privado e da ligeira diminuição do rendimento disponível das Famílias (variações de 0,8% e -0,1%, respetivamente). A capacidade de financiamento das Sociedades Não Financeiras estabilizou em 0,6% do PIB, tal como a taxa de investimento deste setor (20,4% do PIB).
A necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) reduziu-se, passando de 6,4% do PIB no ano acabado no 2º trimestre de 2015 para 3,2% no ano acabado no 3º trimestre de 2015. Esta redução do saldo em 3,2 p.p. do PIB reflete sobretudo o efeito base associado ao registo da capitalização do Novo Banco como transferência de capital no 3º trimestre de 2014. Refletindo o efeito simétrico, a capacidade de financiamento do setor das Sociedades Financeiras diminuiu de 5,1% para 2,6% entre os mesmos dois períodos.
Considerando o conjunto dos três primeiros trimestres de 2015, o saldo global das AP fixou-se em -4.843,7 milhões de euros, correspondente a -3,6% do PIB (-8,9% do PIB em igual período do ano passado, -5,1% excluindo a capitalização do Novo Banco).”
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