A queda do PIB em 2012 foi superior ao inicialmente anunciado com base em dados preliminares do INE. Na realidade, as contas anuais (definitivas) do INE para 2012 hoje divulgadas revelam que o Produto Interno Bruto português caiu 4% em termos reais em 2012. À data a procura interna estava a registar fortes quedas e eram as exportações e o esmagamento das importações que justificavam a evolução do PIB, um cenário bem diferente do atual para 2015 conforme ontem anunciado pelo banco de Portugal e aqui destacado no artigo “Análise às Projeções para a Economia Portuguesa até 2017“.
Eis alguns breves excertos da comunicação do INE:
Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) ascendeu a cerca de 168,4 mil milhões de euros. Este valor corresponde a uma diminuição nominal de 4,4% e real de 4,0% relativamente a 2011. O contributo da procura interna para a variação real foi negativo (-7,6 pontos percentuais), enquanto o da procura externa líquida foi positivo (3,6 p.p.), em resultado da diminuição das importações (-6,3%) e crescimento das exportações (+3,4%). (…)
Estes resultados finais para 2012, correspondem a uma revisão em baixa do nível do PIB em cerca de 0,7%, revelando assim uma crise económica mais acentuada que a refletida pelos resultados preliminares. Entre as componentes da despesa, essa revisão em baixa foi mais acentuada no investimento.
O INE explica detalhadamente as razões para tão importante revisão em baixa face às suas estimativas iniciais para o PIB de 2012. E o principal responsável foi o investimento, que, feitas as contas detalhadas, caiu mais do que o estimado.
Note-se que estas revisões também têm impacto significativo e negativo em 2o13 e 2014 tendo o INE revisto em baixa o PIB nominal em 1,1 e 0,8 pontos percentuais respetivamente. Não é para nós evidente porque é que esta revisão não produziu alterações no PIB em volume em 2014 que o INE continua a indicar ter crescido 0,9%.