Da semana que passou damos destaque a uma crónica de Elisabete Miranda, jornalista do Jornal de Negócios que acompanha as questões fiscais. Neste artigo de opinião, a jornalista invoca declarações recentes de José Azevedo Pereira, que foi Diretor-geral dos Impostos durante sete anos “mergulhado num silêncio sepulcral” e que agora, findas as funções, tem divulgado alguma informação peculiar. Portugal IRS: «”multimilionários” pagam 500 vezes menos do que seria suposto».
Dois excertos que recomendam a leitura integral, de “As 1000 famílias que mandam nisto tudo (e não pagam impostos)“.
” (…) Entre o muito que não diz mas insinua, e as conclusões que consente que se tirem sobre a manipulação política a que o Fisco terá sido sujeito durante o último Governo, há uma informação que deixou cair sem ambiguidade: em 2014, quando saiu da Autoridade Tributária, uma equipa especial por si chefiada tinha identificado cerca de 1.000 famílias ricas – os chamados “high net worth individuais” – que, por definição, acumulavam 25 milhões de euros de património ou, alternativamente, recebiam 5 milhões de euros de rendimento por ano.
Ora, “em qualquer país que leva os impostos a sério”, este grupo de privilegiados garante habitualmente cerca de 25% da receita do IRS do ano (palavras de Azevedo Pereira). Por cá, os nossos multimilionários apenas asseguravam 0,5% do total de imposto pessoal.(…) A situação não é uma fatalidade, pode remediar-se “desde que haja vontade política”, sendo certo que o grupo de funcionários do Fisco que estava a trabalhar neste tema até 2014 foi entretanto desmantelado (palavras de Azevedo Pereira). (…)”
Esta notícia vem confirmar muitas suspeitas de vários portugueses, de que há muitos portugueses, ditos os mais ricos, que não pagam os impostos de acordo com o seu rendimento anual, o pior é que este é um assunto muito antigo, que já vários governos por lá passaram e ninguém fez nada, porque tem passado a vida a proteger os amigos, para mais tarde terem a garantia do emprego, mas a maioria dos portugueses, que lambem as botas dos políticos ainda não viram isso, ou não querem ver por conveniência, porque sempre pode cair uma migalha, por queda lambedela de botas. Manuel Freitas