Além do aumento em termos relativos, do mal parado, na carteira de crédito dos bancos a operar em Portugal, destaca-se, um outro movimento na carteira de crédito que tem também de ser referido.
Na realidade o crédito acumulado prestado pelas instituições bancárias está a registar quedas significativas. Em particular na parte do crédito às empresas. Segundo as estatísticas do Banco de Portugal, em fevereiro de 2015 o volume de crédito a pagamento por sociedades não financeiras era 7,5% inferior ao que existia em fevereiro de 2014, totalizando €97,9 mil milhões (a rondar os 54% do PIB). Entre os particulares, a queda de crédito a pagamento em termos homólogos foi mais modesta, de 3,4%, sendo o crédito acumulado de €122,9 mil milhões (cerca de 71% do PIB).
Quanto a novos empréstimos, destaca-se o andamento muito diferenciado entre empréstimos a empresas e empréstimos a particulares. Apesar de em forte desaceleração, os particulares ainda estão a conseguir aumentos homólogos de novos empréstimos (+4,0%). Entre as empresas, o volume de crédito concedido pelo sector bancário foi quase metade do prestado um ano antes (-45,5%), em fevereiro de 2014.
São as empresas que estão a recorrer menos ao crédito bancário? Têm fontes alternativas? Estão a contrair as suas perpetivas de investimento? São os bancos que revelam menor disponibilidade? Seria interessante apurar com rigor a justificação ou justificações para este andamento.
Fonte: BdP e nota do GEE.