Ainda sobre os dados finais relativos ao comércio externo em 2013, destacamos um excerto de uma análise mais detalhada feita pelo jornalista Nuno Aguiar, na peça “Sem combustíveis o défice comercial teria estagnado em 2013” no Negócios:
“(…) Em 2013, as exportações de combustíveis e lubrificantes cresceram 33,2%. Um em cada dez euros vendidos ao exterior veio desta categoria de produtos. As exportações de todos os outros bens? Avançaram apenas 2,1% no mesmo período. Ao mesmo tempo, as importações de combustíveis caíram 3,5%, o que significa que, subtraindo essa categoria de bens, o total de entradas no País teria aumentado 1,9%. Ou seja, importações e exportações teriam variações homólogas muito semelhantes.
Eliminando o efeito da venda de combustíveis, o saldo comercial português fica praticamente estagnado entre 2012 e 2013, com uma descida de “apenas” 48,8 milhões de euros. (…)”
Recorde-se que a Galp Energia reconverteu as suas duas refinarias (Sines e Matosinhos) num projeto que se iniciou em 2008, classificado pelo governo de então como PIN + (e gozando das associadas vantagens). A reconversão orçou em cerca de €1,4 mil milhões e dela resultou um aumento da capacidade de produção de gasóleo das refinarias e um aumento do leque de mate´ria prima aceita para refinação (passando as refinarias a poder destilar com base em matérias primas mais densas e mais baratas). Ao aumento do produto refinado junta-se um maior valor acrescentado. O impacto nas exportações e importações portugueses iniciou-se em janeiro de 2013 representando um contributo positivo claro no reequilíbrio da balança comercial de bens. Naturalmente, nos primeiros meses de 2014 é de esperar que o impacto seja mais diluído dado que as variações homólogas passam a apurar-se comparando com um ano anterior onde a produção das novas refinarias já ia tendo impacto, algo que não acontecia até aqui.