Sendo certo que os juros dos créditos à habitação continuam a descer também é verdade que quem tenha contraído um crédito à habitação nos últimos 3 meses continua a pagar uma taxa de juro que é mais do dobro da taxa de juro média a que estão sujeitos todos os créditos à habitação que ainda estão ativos no mercado português.
Segundo os dados mais recentes do INE relativos às Taxas de Juro Implícitas no Crédito à Habitação, entre julho e agosto de 2014 ,a referida taxa média passou de 1,506% para 1,491% tendo a prestação média vencida diminuído €1 euro para os 259 euros. COntudo, se a mesma análise se limitar aos os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o INE informa que a taxa de juro implícita desceu de 3,091% para 3,071%. Uma outra indicação do mercado recolhida pelo INE prende-se com a evolução do valor da prestação e quanto a este aspeto, destaca-se que nos créditos contraídos nos últimos 3 meses a prestação aumentou €9 indiciando assim (uma vez que o juro implícito está em queda) que o montante médio dos empréstimos concedidos terá aumentado prolongando assim uma tendência que se vem registando desde meados de 2013. A prestação média dos novos contratos de créditos à habitação fixou-se nos €340.
Em virtude do esmagamento das taxas de juro de referência (com a euribor a 3 e 6 meses muito próximas ou mesmo nos mínimos históricos), tem existido uma maior proporção das prestações que é afeta à amortização do capital em contrapartida com o menor peso dos juros. Face a isto não surpreendem estes últimos dois parágrafos da nota do INE que aqui reproduzimos:
” (…) O valor do capital médio em dívida, para a totalidade dos contratos de crédito à habitação, foi 57.105 euros em agosto, traduzindo uma redução relativamente ao valor observado em julho (57.220 euros). Refira-se que o capital médio em dívida tem vindo a diminuir desde setembro de 2011, atingindo uma redução acumulada de 2529 euros. Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio do capital em dívida foi 82.131 em agosto (81.142 euros em julho).
Para os contratos com destino de financiamento Aquisição de Habitação, o valor do capital médio em dívida foi 60.043 euros, menos 114 euros que em julho. Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, com o mesmo destino de financiamento, o valor médio do capital em dívida foi 85.864 euros (85.174 registado no mês anterior). (…)”