A expectativa para confirmar o bom desempenho (e a sustentabilidade) da economia portuguesa registado no final de 2013 é natural, contudo o início de 2014 está a trazer alguns dados conjunturais contrastantes. Ao nível dos indicadores de confiança (que se baseiam em opiniões informadas) predominam largamente as indicações positivas ainda que haja, se analisado pontualmente o mês de janeiro, algumas degradações de sentimento. Ainda assim, a análise geral aponta para a manutenção de um claro reforço do otimismo para 2014.
Ao nível dos indicadores quantitativos temos as vendas a retalho a reforçarem indicações positivas face a 2013, já em janeiro (a procura interna deverá assim continuar em alta no que depende do consumo privado), mas temos a indústria a revelar sinais preocupantes, quer quanto ao índice de produção industrial (a abrandar mas, ainda assim a subir) quer, particularmente, quanto ao volume de negócios na indústria que caiu significativamente, em termos homólogos, tanto no que se refere à produção para o mercado interno quanto para o mercado externo, naquele que é o pior registo em cinco meses. Por outro lado, e aparentemente numa indicação compatível com a queda de volume de negócios, os preços na produção industrial reforçaram a variação negativa estando claramente em terreno deflacionista.
Para já, uma apreciação definitiva sobre o desempenho da economia portuguesa nos primeiros meses continua largamente em aberto, havendo indicações para um moderado otimismo.
Sublinhe-se que dentro de uma semana teremos os primeiros dados relativos ao comércio externo (janeiro de 2014) e uma nova atualização do índice de preços no consumidor.