O desemprego de longa duração é uma realidade que se agrava a cada mês que passa, talvez até de forma mais intensa do que o própria evolução global do desemprego dado que parece consensual estar em curso um fenómeno importante de emigração.
A emigração conseguirá amenizar a taxa de desemprego global mas será uma opção a que muitos desempregados não podem aceder com facilidade, precisamente os mesmo que, também a nível nacional, terão mais dificuldades em reentrar no mercado de trabalho – tipicamente mais idosos, com formação mais especializada, menos diferenciada, com família constituída, em suma, com mais amarras e obstáculos.
O pretexto destes parágrafos é o número de desempregados que não estão a receber qualquer subsídio associado a essa condição: cerca de 490 mil pessoas. Um valor que supera já significativamente o número dos que, estando desempregados, ainda têm direto a algum tipo de subsídio, seja o de desemprego, seja o social de desemprego (ou outros correlacionados).
A somar a esta realidade preocupante há ainda uma outra que se refere ao valor médio do subsídio que é recebido por aqueles que ainda não extinguiram os prazos de apoio: €481 em agosto de 2013 (era de €501 em agosto de 2012). Ou seja, já abaixo (em termos médios) do salário mínimo.
Perante este imenso exército de desempregados e esta realidade, é difícil entender que ainda se considere (como parece suceder com a troika) que a duração da prestação no desemprego e o valor da mesma sejam avaliados como obstáculos importantes ao regresso ao mercado de trabalho e, como tal, devam ser alvo de novas alterações em baixa.