O INE divulgou hoje a valor da inflação apurado com dados de janeiro de 2013. Segundo esta instituição, a taxa de inflação (variação média anual) aumentou 2,5% o que representa uma desaceleração significativa face ao registado no mês anterior (2,8%).
Considerando exclusivamente o aumento dos preços em janeiro e comparando-o com igual mês do ano anterior constata-se que os preços aumentaram a um ritmo muito inferior à média anual, em concreto terão subido 0,2% o que faz perspectivar que ocorra uma rápida redução da média anual aproximando-se do valor esperado para 2013 que ronda o ponto percentual.
Destaque-se ainda que o INE rebaseou o seu índice de preços no consumidor (agora passando a IPC base 2012) incorporando informação estatística mais atualizada conforme descreve detalhadamente na sua publicação.
mas eis a explicação do INE avançada para justificar tão espetacular abrandamento da inflação me janeiro:
“(…) A redução da taxa de variação homóloga para 0,2% esteve principalmente associada à anulação do efeito de base das alterações fiscais introduzidas em janeiro de 2012, com destaque para o IVA. O resultado obtido para o IPC com taxas constantes de impostos, que mede o impacto das alterações de impostos no IPC admitindo a sua plena repercussão nos preços no consumidor, situou o efeito destas alterações em janeiro de 2012 em cerca de 1,1 p.p. (ver destaque de 10 de fevereiro de 2012). Outro efeito de base está associado ao acentuado aumento das taxas moderadoras na Saúde em janeiro de 2012, tendo este sido significativamente menor em janeiro de 2013.
Adicionalmente, dado o aumento do peso relativo dos produtos sazonais, a variação homóloga do IPC reflete uma ampliação do efeito de redução de preços associados à época de saldos na classe do Vestuário e calçado (classe 3).Efetivamente, simulando o resultado que se obteria recorrendo à estrutura anterior de ponderadores, estima-se que o impacto da atualização de ponderadores na taxa de variação homóloga do IPC em janeiro se situe no intervalo ]-0,5 p.p.;-0,7 p.p.[2.
Ao longo de 2013, este impacto tenderá a anular-se. Efetivamente, o efeito da ampliação das flutuações sazonais é mais evidente no início do ano, em resultado sobretudo dos saldos e das promoções nos artigos de vestuário e calçado, que tenderá a ser compensado nos meses de março e abril, com a entrada das novas coleções de Primavera-Verão e a Páscoa.(…)“
Descontando bens alimentares não transformados e produtos energéticos (inflação subjacente), registou-se deflação em janeiro.
O gráfico que se segue é do INE.