Com a proposta de Orçamento do Estado de 2012 apresentada no parlamento em meados de outubro de 2011, o governo revelou quais as suas previsões para o desemprego num exercício que procurava estimar, qual o impacto das condicionantes externas mas também o impacto das severas medidas de política orçamental/fiscal que iria desencadear nos meses seguintes. Essa previsão encontra-se inscrita no Relatório do Orçamento do Estado de 2012, mais concretamente no cenário macroeconómico aí incluído. A previsão para a taxa de desemprego em 2012 foi então de 13,4%.
Com a divulgação dos números oficiais para o ano completo de 2012 hoje concretizada pelo INE (ver “923,2 mil pessoas estão desempregadas – taxa atinge os 16,9% (INE)“) constata-se que a taxa de desemprego efetiva se fixou nos 15,7% (média no ano) para um número de desempregados de 923,2 mil no 4º trimestre que correspondem a 16,9% de taxa de desemprego (no trimestre). Tomando por base este último valor de base, procurámos estimar qual o erro do governo em termos de número de desempregados, complementando assim a conta já fácil de fazer que indica que o erro, em pontos percentuais, foi de 2,3 pontos. O quadro seguinte sintetiza as contas.
Chegamos então a um erro de aproximadamente 125.000 desempregados. Ou seja, quando em finais de 2011 o governo preparou o OE2012 esperava que no final de 2012 existissem menos 125 mil desempregados do que aquilo que se veio a concretizar.
Note-se que mesmo em meados de outubro de 2012, a previsão revista para o desemprego de 2012 feita pelo governo (inscrita no Relatório do Orçamento do Estado de 2013) apontava para um valor médio de 15,5% ainda àquem dos 15,7% agora confirmados (erro de cerca de 11 mil desempregados).
Além destes factos que nos escusamos a comentar, recordamos que, para 2013, a previsão inscrita no OE2013 é de 16,4%, ou seja, abaixo do que se verificou no 4º trimestre de 2012 (16,9%).