As Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional do 3.º Trimestre de 2012 hoje divulgadas pelo INE dão testemunho do processo de desalavancagem tentado por famílias e empresas na sequência da atual política económica e ciclo económico nacional e internacional.
Quanto às famílias, o INE indica que se verificou “(…) um aumento da capacidade de financiamento de 5,0% para 5,9% do PIB (…)” essencialmente à conta do aumento da poupança corrente. A taxa de poupança das famílias aumentou para 11,2% o que representa um acréscimo de 1,1 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no ano acabado no 2º trimestre. Para conseguirem tal desiderato, as famílias penalizaram de forma muito significativa o seu consumo.
Do lado das sociedades não financeiras (grosso modo, empresas exceto banca e seguros) em virtude de uma forte penalização do investimento, as necessidades de financiamento diminuíram para 3,7% do PIB (menos 0,6 p.p. que no final do 2º trimestre de 2012).
Finalmente, do lado do Estado, o défice no final de setembro de 2012 fixou-se nos 5,6% o que representando uma melhoria em relação ao período homólogo (era de 6,7%) sinaliza que muito dificilmente respeitará os 5% de valor máximo com o que o Estado se comprometeu para o final de 2012.
O último grande destaque do INE para esta edição das contas nacionais por setor institucional vai para a evolução dos custos do trabalho:
“(…) Os custos de trabalho por unidade produzida na economia acentuaram a sua redução [-2,4%] em consequência dos efeitos conjugados da diminuição da remuneração média por trabalhador e do aumento da produtividade aparente.”