[wp_ad_camp_1]
Temos alguma dificuldade em responder à pergunta do título. A reação irlandesa (a exigir igual tratamento) e de alguma oposição em Portugal (nomeadamente do PS), assim como os próprios anúncios do governo espanhol, parecem indiciar que sim, que o empréstimo de até 100 mil milhões de euros à banca espanhola (cerca de 8 vezes superior ao empréstimo concedido à banca portuguesa) se faz em condições mais favoráveis.
Contudo, não conhecemos ainda todos os detalhes da operação e reflexões como esta “A Better Deal for Spain?” de Karl Whelan economista na University College Dublin (com currículo no Banco Central Irlandês e na FED), que parece já ter escalpelizado a história, ou mesmo comentários recentes de Roubini no twitter ou de Paul Krugman (“The EuroTARP Cometh“), sugerem que não, que estamos, na melhor das hipóteses, mais uma vez a ganhar tempo, tempo que raramente tem sido usado com inteligência pelas autoridades europeias.
Uma coisa é certa, se a Espanha (estado) continuar a ver as taxas de juro exigidas para conseguir colocar a sua dívida a subir como nos últimos meses, muito em breve a pergunta mais relevante será outra.
Outra coisa certa é que há pouco anos, quando outros assumiam imparidades e atuavam para sanear a sua banca, na Espanha e da Espanha dizia-se que tinha uma banca sólida, capaz de aguentar com o rebentamento da bolha imobiliária. Quem andam a fazer tão mal essas contas? E como é que ninguém deu por ela (ou fez caso política disso, pelo menos), outra vez?
A novela da crise institucional, política e financeira na União Europeia prossegue.
Adenda: A jornalista Helena Garrido também publicou recentemente um artigo sobre este tema: “E a seguir ao S de GIPSI é…?“. Destacamos, em particular as seguintes ligações de referência:
“(…) A declaração do Eurogrupo sobre Espanha onde se explicita a condicionalidade e se afirma que será o Estado espanhol que assumirá a responsabilidade pelo pagamento do empréstimo – ou seja, os contribuintes espanhóis.
Para quem se quiser debruçar sobre a situação do sistema financeiro espanhol pode ler o relatório publicado pelo FMI (…)”