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Pedir conselhos de investimento a um banco parece ser uma atividade muito pouco recomendável. O investidor português, tipicamente iletrado em termos financeiros, parece ser gado manso e ignorante perante a força de vendas dos grupos financeiros que, segundo a DECO, estão muito mais interessados em despachar os produtos financeiros definidos pela direção do próprio banco do que preocupar-se em verificar se se adequam ao cliente que têm à sua frente. Eis um excerto do peça da DECO com o título “Investir 5 mil euros: bancos ignoram perfil e desejos do cliente“:
” (…) Independentemente do prazo apontado pelo cliente, os produtos sugeridos foram basicamente os mesmos, recaindo sobretudo em depósitos a prazo. Mas segundo a PROTESTE INVESTE, “os funcionários limitaram-se a aconselhar os produtos ‘estrela’ que estavam a ser alvo de promoção comercial mais ativa”. Resultado: “os funcionários até apontaram para depósitos a prazo que rendem menos do que os depósitos mais generosos no próprio banco”, afirmam os analistas da revista.
Nalguns casos, os produtos sugeridos foram totalmente desadequados. Por exemplo, num balcão do BES foi proposto um plano de poupança-reforma e, no Santander Totta, um depósito não mobilizável cujo rendimento depende de um cabaz de ações.
A atitude mecânica dos funcionários, que venderam os produtos em campanha sem olhar ao perfil do cliente, foi avaliada negativamente pela publicação da associação de defesa do consumidor: “os bancos prestaram um mau serviço”. (…)”
Perante este cenário, e reforçando a premissa de que a literacia financeira em Portugal é confrangedora (algo assumido pelos reguladores financeiros) o que fazer? É certo que há iniciativas de promoção da literacia financeira, é certo que há até alguma informação na internet mas até que o brutal desfasamento de conhecimento entre quem tem algum capital para investir e quem está na indústria como intermediário financeiro se reduza para níveis mais condignos, há uma ponte temporal que exige algum tipo de ação urgente, efetiva e permanente.
Repetem-se os emails que recebemos de leitores que, não confiando nos bancos, nos pedem conselho sobre o que fazer ao dinheiro. Essa não é a nossa praia mas é evidente que há mercado nesta área sugerindo que poderá nascer com algum vigor uma indústria de aconselhamento financeiro efetivamente independente dos grupos financeiros e, já agora, devidamente registada e acreditada pelos reguladores financeiros. Sem autorização, o aconselhamento financeiro que aponte para produtos específicos é intermediação financeira ilegal! Tenha cuidado, também com os gatos por lebre.
Mas caro investidor, já pensou que talvez precise de um consultor financeiro que seja única e exclusivamente pago diretamente por si? Alguém que tendo muitos clientes como você, não lhe exija um honorário estupidamente elevado ao ponto de só poder estar ao alcance de quem tem mesmo muito dinheiro para investir?
Note que se se contentar com um comissionista que recebe da banca pelos produtos que consegue colocar no mercado, não tem grande garantia de que lhe seja proposto o produto ideal para si. É que a comissão que o “consultor” recebe também é mais ou menos estimulante de acordo com o interesse do banco que coloca o produto…
Na prática, poderá estar perante mais um tentáculo da força de vendas dos intermediários financeiros que, a fazer fé no que diz a DECO, está ainda muito longe de uma prática aceitável.
Se calhar é tempo de não pedir ao escorpião que deixe de picar, se calhar é tempo de cuidar dos seus interesses junto de quem não está em conflito permanente entre o que é melhor para o cliente e o que é melhor para o intermediário. Não há por aí um mini exército de economistas que queira tornar a indústria da consultoria financeira independente o seu modo de vida?
Este artigo é de facto muito pertinente e atual.
Basta aliás, ter conta em 2 ou 3 bancos com algumas aplicações distribuídas, para se perceber que cada um recomenda aquilo que tem para venda num determinado período, e que tentam vender a todos os clientes.
Sem ter nada que ver com a empresa ou os seus colaboradores, encontrei esta http://www.exchange.pt .
Alguém já utilizou os seus serviços pagos ?
O artigo refere o dia a dia de Portugal, na banca, desde longos anos atras… E novidades?? O regulador é,de certeza, pago pelos bancos…Só neste pais!