Os dados hoje divulgados pelo INE relativos ao comércio internacional no 4º trimestre de 2011 revelam uma forte contração homóloga da importações (10,5%) que compara com uma queda de 3,6% registada no trimestre terminado em Novembro de 2011. As exportações desaceleraram de 15,1% no trimestre terminado em Novembro para 12,4% no final do ano.
Como estes valores se justificam pela entrada de informação relativa a dezembro (e pela saída dos dados relativos setembro), confirma-se que foi essencialmente a evolução do último mês de ano que provocou estas fortes oscilações. Na realidade, segundo o INE, as exportações sofreram uma forte desaceleração (cresceram 4,4% em termos homólogos e apenas à conta da manutenção do dinamismo no comércio extracomunitário) enquanto as importações, em virtude das quedas nos comércio intracomunitário, cairam ao ritmo mais elevado em muitos meses (16,9%) quando comparado com o mesmo mês de 2010.
Em suma, neste momento, e considerando o trimestre*, as relações comerciais com os nossos parceiros da União Europeia estão em forte desaceleração (exportações) ou contração (importações) e são as trocas comerciais com países alheios à União que (ainda) registam dinamismo muito assinalável (exportações a crescerem 26,5% e importações 3,9%).
Quanto ao equilíbrio da balança comercial de bens, naturalmente, registou melhorias significativas, com a taxa de cobertura das importações pelas exportações a atingir os 79,5% (compara com 63,6% há um ano). O valor global do défice comercial caiu sensivelmente para metade em apenas um ano.
Cenário para o futuro? O ritmo de crescimento a dois dígitos registados nas exportaçõess deverá ter terminado em definitivo com estes dados e o desafio, perante os maus ventos da União, será conseguir manter a tendência de reequilíbrio da balança comercial com um peso crescente da importância do comércio extracomunitário. Assim que tivermos dados sobre os serviços completaremos a informação sobre o comércio internacional.
* Considerando apenas dezembro tanto exportações (-1,1%) quanto importações (-22,8%) registaram já contrações quando envolvendo países intracomunitários.