É um facto que as exportações cresceram, em termos homólogos, ao ritmo mais lento (6,5%) em vários anos no trimestre terminado em maio de 2012. Contudo, os dados específicos do mês de maio, sinalizam uma evolução mais favorável face a igual período do ano anterior (+8,4%) do que a registado em março (8,3%) ou abril (2,8%) tronando razoável a expectativa de que a situação poderá melhorar. Para já, não se prolongou a tendência recente de rápida desaceleração.
Quanto às importações a evolução tem sido de queda que se agravou no trimestre (-9,5%) ainda que a variação homóloga do mês de maio seja um pouco menos negativa (-13,3%) do que a registado no mês anterior (-14,1%).
Com as exportações a crescerem e as importações a diminuírem, a balança comercial portuguesa de bens continua a aproximar-se do equilíbrio, se compararmos com o que se passava há um ano atrás. No trimestre terminado em maio as exportações pagavam (taxa de cobertura) 80,7% das importações.
Olhando com algum detalhe para a origem e destino verifica-se que as exportações para a União Europeia continuam a desacelerar tendo terminado o trimestre em valores quase nulos (+0,9% que compara com 3,5% no trimestre terminado em abril). Quanto às importações continuam a aumentar o ritmo de queda: diminuíram 10,1% no trimestre terminando em maio, face ao período homólogo.
Mas a que se deve, o segredo da recuperação das exportações no mês de maio?
Em termos de destino, segundo o INE, foram as exportações para fora da União Europeia que contribuíram decisivamente para a interrupção da tendência de desaceleração. Estas exportações passaram de uma variação homóloga positiva de 13,2% em abril para mais do dobro (31,4%) em maio.
Em termos de produtos, o INE indica que se deveu “essencialmente aos acréscimos verificados nas exportações de Máquinas e aparelhos (nomeadamente Transformadores de dielétrico líquido), de Metais comuns (principalmente Barras de ferro ou aço não ligado, dentadas, com nervuras, sulcos ou relevos, obtidos durante a laminagem ou torcidas após laminagem) e de Veículos e outro material de transporte (nomeadamente Automóveis de passageiros com destino ao mercado chinês).“
Como consequência do dinamismo do comércio com o “resto do mundo” além União, continua a verificar-se um reforço progressivo e continuado do peso das relações comerciais com países externos à UE também porque, o ritmo de queda das importações oriundas do resto do mundo é agora um pouco inferior ao ritmo da quedas das importações provenientes da União Europeia.
Neste momento, o peso das transações comerciais de bens com países de fora da União representa cerca de 28,5% do total (valor que se regista quer nas exportações, quer nas importações se usarmos por referência o trimestre terminado em maio).