Há poucos dias tentei substituir o meu segundo telemóvel por um outro similar (o outro que tenho é um smartphone), a motivação era meramente operacional, o primeiro, após longos anos de bom serviço avariou definitivamente. A tarefa revelou-se mais complexa do que esperava. Mais do que a restrição orçamental deparei com uma limitação de escolha face ao produto que pretendia: um telemóvel com características semelhantes ao defunto: teclado, chamadas, fotografias básicas, radio.
Entre o momento em que havia adquirido o agora moribundo aparelho e a actualidade, o mercado foi inundado de todo o tipo de touch phones uns mais smart que outros.
A escolha para quem não estava interessado em seguir esta evolução tecnológica (porque não lhe supria nenhuma necessidade específica) limitava-se a pouco mais do que uns aparelhos desenhados para clientes com algumas dificuldades motoras ou de visão (aparelho para seniores) e uns raros modelos cujo futuro em termos de produção parece ameaçado. Por exemplo, no catálogo da marca que tão bem me tinha servido só há touch phones, ponto.
Por um preço módico acabei por adquiri um telemóvel de uma marca de que não tinha memórias particularmente positivas mas que é, de facto, parecido com o que desejava, ainda que com algum moderado excesso de funcionalidades e tecnologia. Contudo, fiquei com a sensação de estar perante o último moicano. Para a próxima ou compro um touch phone (ou o que entretanto houver de coisa nova, provavelmente bem mais caro) ou contento-me com um telemóvel para seniores.
Lembrei-me deste pequeno episódio a propósito da notícia recente de que os portugueses estão a reduzir significativamente o consumo de telemóveis tradicionais e a desacelerar no ritmo de incremento das compras de smartphones preferindo só efectuar a substituição de telemóvel (trocando o tradicional pelo smartphone) quando é estritamente necessário. Eu acrescentaria que se calhar alguns até estarão a fazer a troca algo contrariados, por falta de alternativa.