Quatro de Agosto de 2011, mais um mini-crash. Algumas bolsas de valores registaram hoje as maiores quedas em alguns anos; proliferaram quedas acima dos 4 ou mesmo 5%. O petróleo desvalorizou entre 4% e 6% dependendo dos mercados de referência. O BCE após várias semanas sem intervir directamente no mercado secundário, terá voltado a comprar dívida de estados europeus que enfrentam taxas de juro proibitivas ou perto disso. O mesmo BCE que para o espanto de muitos continua a perspetivar uma política acomodatícia (quanto à fixação das taxas de juro de referência) voltando a mostrar cuidado com as tensões inflacionistas provocadas pelo aumento dos impostos e pela subida do preço do petróleo.
EUA e União Europeia, cada um à sua maneira, estão a contribuir para um reforço do clima de incerteza ao ponto de hoje se terem registado evoluções dramáticas nos mercados de capitais. E o mês de Agosto ainda só vai no adro. Expressões como “Bola de neve”, “Espiral recessiva”, “Incapacidade política” bem como os apelos à acção concertada vão proliferando. O futuro permanece extremamente incerto.
Portugal, com um barco a meter água pouco mais poderá fazer do que cuidar de bombar a água borda fora enquanto a tempestade se adensa. Por outro lado, procurar navegar à vista de outros que, como nós, cruzam o mesmo mar não nos teria feito mal no passado nem nos fará mal no futuro. Em suma, até podemos navegar em barcos diferentes, mas com a tempestade certa e condenados ao mesmo mar, sem entreajuda, resta-nos ir ao fundo ou ficar à deriva sem referência nenhuma.