Num alinhamento perfeito de aumentos administrativos de preços (via aumento de impostos, taxas e preços de tabela), de fortes pressões inflacionistas externas (combustíveis, alimentos) e de revisões de preços incomuns (como aconteceu com as comunicações que deixaram de contribuir com a sua, até agora, deflação crónica), a taxa de inflação média anual sobe 3 décimas em apenas um mês fixando-se nos 1,7%, empurrada por uma taxa de variação homóloga que passou de 2,5% em Dezembro para 3,6% em Janeiro. É preciso recuar até Junho de 2006 para encontrarmos um valor mais elevado para a taxa de variação homóloga.
Como já aqui dissemos anteriormente, a inflação no final do trimestre deverá atingir o valor da inflação esperada para o final do ano nos cenários de enquadramento macro-económico usados pelo Governo quando da preparação do Orçamento de Estado de 2011 (2,2%). O Banco de Portugal no seu último boletim reviu a previsão da taxa de inflação para 2011 em forte alta, esperando que se fixe nos 2,7%. Não ficariamos surpreendidos se fechasse o ano acima deste valor.
Mais dados no INE.