Os dados do INE para o trimestre terminado em Outubro de 2010 revelam que se mantêm a tendência de crescimento vigoroso das exportações, registando-se uma variação homologa das exportações (15,4%) ligeiramente mais acentuada que no trimestre terminado no mes anterior (14,6%). Do lado das importações a variação homóloga aumentou de forma mais intensa (7,1% contra 4,0% no trimestre anterior) reduzindo-se assim o diferencial em termos de ritmos de crescimento entre as duas variáveis. O INE deixa um sublinhado particular para o saldo fortemente deficitário da balança energética, na qual as nossas exportações apenas cobrem 30,2% das importações (dados de Janeiro a Setembro), um número que compara, de forma grosseira, com uma taxa de cobertura global de 65,2% (dados de Agosto a Outubro).
Neste trimestre as taxas de variação homóloga das exportações (+17,2%) e das importações (+22,8%) com países externos à União Europeia merecem particular destaque como podem constatar acedendo ao relatório detalhado do INE (aqui).
Nos dados relativos exclusivamente ao mês de Outubro as diferenças de crescimento homólogo entre exportações e importações não são tão evidentes: as primeiras a aumentarem 10,3% e as segundas 6,1%. Vejamos que dados nos trazem os próximos meses.
Como nota final, fica a sugestão para o INE passar a divulgar o acumulado do ano para todas as variáveis fundamentais e não apenas episodicamente para algum sub-conjunto de dados. A análise seria mais clara e os intuitos mais transparentes e menos vulneráveis a críticas políticas.