A taxa de desemprego em Portugal registou no último trimestre de 2012 um aumento inusitado, a um ritmo de quase mais 20% do que em igual período do ano anterior. Assim, no 4º trimestre de 2012, a taxa de desemprego foi de 16,9%, superior em 2,9 pontos percentuais face ao mesmo trimestre de 2011. Ou seja, havia em Portugal no final de 2012 923,2 mil pessoas que cumpriam com a definição de desempregado que procura ativamente emprego aceite pelo INE.
A taxa de desemprego média ao longo de 2012 foi de 15,7% quando em 2011 tinha sido de 12,8%.
Este cenário de forte aumento do desemprego aconteceu em simultâneo com uma queda significativa da população ativa de 0,9%, que deve ter atenuado o impacto da perda de empregos em termos de taxa final.
Eis um gráfico extraído da publicação do INE hoje divulgada.
A população empregada diminuiu no 4º trimestre de 2012 em mais de 200 mil indivíduos quando comparado com o 4º trimestre de 2011. Destes pouco mais de 200 mil empregos, cerca de 163 mil desapareceram nos setores da indústria, construção, energia e água e os restantes nos serviços. Os empregos destruídos entre os contratos sem termos representaram 36,1% do total.
Por outro lado, o número de trabalhadores/as por conta própria aumentou ligeiramente (4,1 mil).
Madeira, Algarve (ambos com 19,7%) e Lisboa (18,7%) são as regiões co ma mais alta taxa de desemprego apurada no 4º trimestre de 2012. A região centro foi a menos afetada registando 12,7%.
Quanto à taxa de emprego (indivíduos com 15 e mais anos) também caiu significativamente, fixando-se nos 50,3%, no 4º trimestre de 2012, e tendo diminuído 2,1 pontos percentuais em relação ao trimestre homólogo de 2011.
Recorde-se que as estatísticas do emprego não permitem apurar o impacto direto na população ativa (e indicadores correlacionados, como a taxa de emprego/desemprego) de eventuais fluxos migratórios.
Como última nota, sublinhamos que a previsão para a taxa de desemprego inscrita no Orçamento do Estado de 2012 e que condicionou a sua elaboração havia sido de 13,4% (que agora sabemos ter sido de 15,7%). Já quanto à evolução da população empregada a previsão feita em outubro de 2011 revelou-se igualmente muito desfasada pois os -1,0% previstos comparam com os -4,3% verificados. Para 2013 a previsão que fundamentou o orçamento do estado de 2013 foi de 16,4%.