A cada cinco anos o INE, em linha com os seus pares europeus, procede a uma atualização da metodologia utilizada para contabilizar a riqueza gerada no país durante um ano. No final de setembro de 2024, o INE apresentou a nova base estatística para o PIB nacional, a Base 2021 que substitui a Base 2016. Com este exercício, o INE prodeceu a uma revisão da série cronológica em volume e em valor do PIB português desde 1995 até 2023 (ano com dados ainda provisórios). O país pode assim ter acesso a um novo conjunto de dados com os Principais Indicadores Económicos para Portugal – 1995 a 2023 (Base 2021 – INE).
Mais adiantes apresentamos alguns destaques sobre oque mudou, com potencial impacto na preparação de políticas públicas e nas metas económicas a definir para o futuro.
Segundo o INE, a base 2021 já inclui a informação referente aos Censos 2021, ao Inquérito às Despesas das Famílias 2022, à nova série da Balança de Pagamentos e à informação do e-fatura que agora compementa a informação já em uso relativa à Informação Empresarial Simplificada (IES).
Tal como é habitual nas mudanças de base, foram também efetuadas algumas alterações para acomodar novas recomendações do Eurostat com impacto no cálculo do Consumo de Capital Fixo, em conformidade com recomendações recentes do Eurostat. O INE refere ainda que introduziu, na nova série, os ajustamentos da delimitação setorial da economia, com impacto nas estatísticas sobre o setor das Instituições Sem Fins Lucrativos bem como uma atualização dos modelos hedónicos de cálculo das rendas imputadas.
Principais Indicadores Económicos para Portugal – 1995 a 2023
Os novos dados vêm introduzir algumas revisões importantes nos agregados económicos, revelando que a economia portuguesa cresceu mais do que havia sido estimado recorrendo à metodologia anterior, sendo isto particularmente importante nos anos mais recentes.
PIB real cresceu em media 2,23% entre 2016 e 2023
Um dos dados a sublinhar é o de que o crescimento médio real da economia portuguesa foi superior a 2,2% ao ano entre 2026 e 2026 (mesmo com COVID). De facto, entre 2016 e 2019, a economia nacional cresceu 2,725% ao ano em termo reais valor que compara com uma média 2,225% ao ano se lhe juntarmos o período de 2020 a 2023.
Revisão do PIB leva peso da dívida para novo mínimo de 97,9% desde a crise financeira
Em termos nominais o PIB atingiu os €267.384 milhões em 2023, um valor que inclui já uma revisão em alta importante referente a 2022, tendo por base não só a revisão metodológica mas também informação mais completa e que nos leva a registar uma redução do indicador do rácio da dívida pública no PIB que terá fechado 2023 mais claramente abaixo dos 100%.
O novo valor final é de 97,9% e não de 99,1% como apurado provisoriamente em março de 2024. O valor de 2023 representa uma queda de 13,3 pontos percentuais num único ano, um ritmo comparável ao ritmo a que a dívida aumentou em peso do PIB no pico da crise financeira (entre 2010 e 2012).
Este valor é, aliás, o mais baixo desde 2009.
Portugal desce assim para a 6ª posição entre os seus parceiros europeus, na lista de países com a dívida pública mais elevada em percentagem do PIB.
De facto, o PIB em termos nominais cresceu 12,7% em 2022 e não 12,2% como estimado numa verão anterior das contas nacionais, o que acabou por ter um impacto que acumulou com a revisão em alta dos valores nominais de 2021, culminando numa diminuição do peso da dívida pública que, em valor, não sofreu alteração face às estimativas iniciais.
Toda a informação revista desde 1995 até 2023 está disponível em excel (e em base de dados) no sítio do INE. organizada por óticas de cálculo do PIB (despesa, rendimento e produção).