A estimativa rápida do INE revela que a inflação desacelera e aproxima-se da média da União Europeia – Julho 2024. De facto, a variação homóloga do índice de preços no consumidor em julho de 2024 fixou-se nos 2,5%, menos três décimas do que em junho. No indicador ajustado para comparações internacionais no seio da UE (o IHPC) Portugal registou agora u mvalor de 2,7% em julho que compara com 3,1% em junho. Na média da União Europeia a evolução foi inversa tendo o indicador subido ligeiramente de 2,5% para 2,6% pelo que Portugal está agora a registar uma variação homóloga praticamente em cima da média da União Europeia.
O facto do registo de julho na União Europeia revelar uma aceleração, ainda que ligeira, contribuirá para uma menor ambição e ritmo na descida das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu.
Regressando a Portugal e ao IPC, constata-se que o indicador da inflação subjacente – que retira do cabaz de cálculo os preços dos produtos alimentares não transformados e dos bens energéticos – também desceu fixando-se nos 2,4%.
Nesta estimativa rápida o INE ainda não possui todo o detalhe sobre a evolução dos preços – que será divulgado a 12 de agosto – ainda assim, revela o seguinte quanto às causas que sustentam a evolução entre junho e julho e face ao período homólogo:
A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para 4,2% (9,4% no mês anterior), essencialmente devido ao menor aumento mensal registado nos preços da eletricidade (0,3%) quando comparado com o que se tinha verificado em julho de 2023 (15,4%). A variação do índice referente aos produtos alimentares não transformados aumentou para 2,8% (1,8% em junho).
Finalmente, uma última nota para a taxa de inflação medida pela variação média anual: o valor manteve-se estável nos 2,5%.
Recorde-se que este indicador é o que habitualmente é utilizado como referência para as discussões sobre a atualização dos salários à inflação.
No mês de agosto este mesmo indicador, mas expurgado dos preços com a habitação, definirá o valor do aumento máximo das rendas dos contratos em vigor, para 2025. Em julho de 2024, o valor desse indicador foi de 2,32%.
O aumento máximo das rendas em 2024 foi de 6,94%.