O PIB no 1º trimestre de 2024 aitngiu os €269 761 milhões (ano completo), crescendo 1,5% em volume (crescimento real descontado o efeito dos preços). Estes 1,5% representam uma revisão em alta de uma décima pelo INE face à estimativa rápida publicada no fina lde abril de 2024. Também em cadeia ocorreu uma revisão em alta de uma décima: o PIB cresceu 0,8% entre o último trimestre de 2023 e o primeiro de 2024.
Para o ano terminado no 1º trimestre, o crescimento nominal do PIB face ao ano anterior (terminado no 1º trimestre de 2023) foi de 8,3% em termos nominais. O deflator do PIB tem vindo a abrandar mas ainda está nos 6,5% se considerarmos apenas os trimestres homólogos (1º de 2024 versus 1º de 2023). Um valor bem cima dos do Índice de Preços no Consumidor (taxa de inflação) que registou variações homólogas mensais entre os 2,1% e os 2,3% nos primeiros três meses do ano.
PIB no 1º trimestre de 2024 desacelera mas brilha na Europa
Recorde-se que, tal como escrevemos no artigo “Economia portuguesa continua reduzir a distância em 2024 e cresce 3,5 vezes mais depressa do que a Zona Euro“, o PIB português está a desacelerar em termos nominais e reais face a 2023 mas ainda assim está entre os que registam melhor desempenho a nível europeu, continuando Portugal a convergir em termos de riqueza gerada face ao resto da Europa.
Segundo o INE a evolução recente positiva do PIB tem vindo a ser suportada pela procura externa que passou a ter registos positivos, com a procura interna a manter-se positiva mas a desacelerar. Apesar de as famílias continuarem a consumir mais do que há um ano, estas estão a retrair-se na aquisição de bens duradouros o que indicia dificuldades (crédito caro, perda de poder de compra) ou incerteza sobre a evolução da economia no futuro. Ainda assim tudo isto sucede num cenário próximo do pleno emprego.
“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB desacelerou, passando de 1,9 pontos percentuais (p.p.), no 4º trimestre de 2023, para 1,0 p.p., verificando-se um abrandamento do consumo privado e do investimento.
O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB aumentou para 0,5 p.p., depois de ter passado a positivo no trimestre anterior (0,1 p.p.), tendo as importações de bens e serviços em volume apresentado um abrandamento mais intenso que as exportações.
Pelo quinto trimestre consecutivo, observou-se um ganho de termos de troca em termos homólogos, embora menos expressivo que nos três trimestres anteriores, em resultado da diminuição mais intensa do deflator das importações face ao deflator das exportações.”
A variação em cadeia na Zona Euro e na União Europeia foi de 0,3% enquanto a variação homóloga foi de 0,4%. Estes valores comparam com 0,8% e 1,5% em Portugal (ainda sem correção de sazonalidade para Portugal).
Estes números, em particular os valores a preços de mercado (crescimento nominal) são promissores para que seja possível continuar a registar reduções significativas do peso da dívida pública e privada face ao PIB mas, no final, as contas do ano dependerão sempre da evolução das taxas de juro médias da dívida e, claro, da existência ou não de saldos orçamentais negativos.