PIB português cresce 6,9% no 2º trimestre de 2022 segundo informação da Estimativa Rápida do INE. Este valor de variação face a igual período do ano anterior foi o mais elevado de entre os 11 países que revelaram a evolução do seu PIB, no 2º trimestre de 2022 (dados de 29 de julho de 2022).
A Espanha foi o país que mais se aproximou de Portugal ao ter registado um crescimento de 6,3%. A maior distância surge a Áustria com um crescimento de 4,7%.
Recorde-se que no primeiro trimestre, Portugal também tinha registado o maior crescimento homólogo da União Europeia na altura de 11,9% (Espanha 6,3%).
O crescimento homólogo na Zona Euro foi de 5,4% no 1º trimestre e de 4,0% no 2º trimestre. Se alargarmos a análise à União Europeia, os valores respetivos foram de 5,5% e de 4,0%.
Em boa parte fruto do forte crescimento no 1º trimestre que agora desacelerou, o total de riqueza criada no 2º trimestre foi 0,2% inferior ao gerado no 1º trimestre (+2,6% no trimestre anterior). Letónia (-1,4%) e Lituânia (-0,4%) foram, juntamente com Portugal, os três países com dados já disponíveis para o 2º trimestre onde a economia cresceu menos entre abril e junho face a janeiro e março de 2022.
O que justificou o crescimento no 2º trimestre de 2022?
Segundo os dados preliminares do INE – que esta instituição irá afinar até 31 de agosto de 2022 – além do efeito base (com um ano de 2021 ainda muito afetado pelo covid 19), foi essencialmente a evolução mais favorável das exportações de bens e serviços que conduziu ao crescimento de 6,9%.
Outro aspeto positivo advém do facto de as nossas exportações estarem a conseguir incorporar boa parte do processo inflacionista, em especial os serviços exportados onde se inclui o turismo. O INE afirma a este propósito:
No 2º trimestre, os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional aumentaram significativamente, tendo-se registado uma maior aceleração nas exportações devido às componentes de serviços, determinando uma perda dos termos de troca menos intensa que no trimestre anterior.
INE
O consumo interno tem vindo a registar um contributo negativo para o PIB.
O que esperar do resto de 2022?
Sublinhe-se que os dados relativos à confiança dos consumidores já referente a julho, primeiro mês do terceiro trimestre, aponta para um aumento significativo da confiança dos consumidores, havendo também uma melhoria do clima económico medido pelos níveis de confiança dos empresários. Esta melhoria da confiança irá refletir-se numa recuperação do consumo privado?
E até que ponto os indicadores de forte dinamismo do turismo que costuma ter no terceiro trimestre de cada ano o seu momento mais elevado irá oferecer contributos positivos ao PIB nacional face a 2021?
Finalmente, até que ponto as indicações de entrada em processos recessivos em algumas economias parceira de Portugal, com o reforço da política monetária restritiva que se adivinha para o resto do ano, terá impactos negativos na economia nacional?
A resposta a estas perguntas ditará muito que será a evolução da economia portuguesa no resto do corrente ano.