A OCDE reviu as suas previsões macroeconómicas para os Estados Membros e sobre Portugal avança com algumas projeções especialmente ineterssantes.
Por um lado, antecipa que Portugal será dos países a crescer mais na OCDE ao longo de 2022 (o que não será alheio ao facto de termos recuperado mais lentamente do que outros países no ano anterior).
Por outro, espera agora que o crescimento seja mais moderado (afinal a sua meta para a inflação é de 6,3% bem acima dos 3,7% previstos pelo governo no Orçamento do Estado). A OCDE espera agora que o crescimento real do PIB seja de 5,4% em vez dos anteriores 5,8%. Ainda assim, 5,4% é mais meio ponto percentual do que o projetado pelo governo aquando da apresentação do Orçamento do Estado para 2022.
Para contextualizarmos estes número é preciso sublinhar que a revisão em baixa da taxa de crescimento económico para a Zona Euro foi muito mais expressiva. Em vez de uma revisão 4 décimas como em Portugal, a revisão foi de 17 décimas, de 4,3% para 2,6%.
Finalmente, apesar deste enquandramento, antecipa que, mais uma vez, o défice público inscrito no relatório e utilizado para desenhar o Orçamento do Estado venha a sersignificativamente inferior ao avançado pelo governo: 1,5% em vez de 1,9%. Se o passado recente dos últimos 6 ou 7 anos for bom conselheiro para projetar o futuro, então ambos os valores pecarão por excesso.
E para 2023 o que projeta a OCDE?
Para 2023 a OCDE prevê nova redução significativa do défice público para 1,1% do PIB e uma forte desaceleração da atividade económica para um crescimento de 1,7% ainda assim acima dos 1,6% esperados para a Zona Euro.
A inflação deverá cair de 6,3% para 4,0%. Recorde-se que em 2021 a inflação fechou nos 1,3%.