A economia portuguesa no 3º trimestre de 2022 volta a crescer face ao trimestre anterior. Recorde-se que apesar de, na sua primeira estimativa, entre o 1º e o 2º trimestre de 2022 o INE ter apurado uma queda do PIB de 0,2% mais tarde, com informação mais detalhada veio a rever esse valor para um ligeiro aumento do PIB de 0,1%.
Agora, na primeira estimativa para o 3º trimestre, o INE avança com uma estimativa de crescimento de 0,4% face ao 2º trimestre de 2022. Com este valor, independentemente do que for a evolução do PIB nos últimos três meses do ano, a recessão técnica que exigiria dois trimestres consecutivos com queda da produção não se registará em 2022.
Olhando para a comparação com o ano anterior, o PIB terá aumentado em 4,9%. Este é o sexto trimestre consecutivo de crescimentos homólogos ainda que seja o trimestre com o menor crescimento neste mesmo período.
No 2º trimestre de 2022 a variação homóloga havia sido de 7,4% e no trimestre anterior de 12,0%. O PIB encontra-se assim a registar um crescimento decrescente.
O valor agora registado continua em linha como um crescimento anual a rondar os 6% conforme projetado pelo Banco de Portugal (6,7%).
O INE, nesta primeira estimativa, ainda não avança com muito detalhes sobre a composição, mas as indicações já existentes apontam para uma desaceleração, quer da atividade focada na procura interna, quer na procura externa. Em meados de novembro de 2022 haverá mais detalhes.
O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 4,9% no 3º trimestre de 2022 (7,4% no trimestre anterior). O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no 3º trimestre, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento. O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, traduzindo a desaceleração das Exportações de Bens e Serviços, em volume, mais intensa que a das Importações. Em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, superior ao observado nas exportações, verificou-se uma perda significativa de termos de troca pelo sexto trimestre consecutivo, embora menos intensa que no trimestre anterior.
Comparando com o 2º trimestre de 2022, o PIB aumentou 0,4% em volume, mais 0,3 pontos percentuais que o registado no trimestre anterior. O contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB passou a positivo, destacando-se o crescimento do consumo privado apesar da aceleração dos preços no consumidor, enquanto o contributo da procura externa líquida foi inferior ao observado no trimestre precedente.
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