Depois da maior queda histórica em abril, temos a confiança dos consumidores com forte recuperação em maio 2020 segundo informação do INE.
Confiança nos consumidores Maio 2020
Na realidade, apesar de não ter compensado completamente a degradação da confiança registada em abril, os valores de maio traduzem-se na maior subida do índice da confiança alguma vez registado na atual série temporal.
Sem prejuízo de se consultar detalhe no destaque do INE eis uma breve súmula do INE:
O aumento do indicador de confiança dos Consumidores em maio resultou das recuperações das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, da condição financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes, após as diminuições históricas observadas no mês anterior. Em sentido contrário, as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar contribuíram negativamente para a evolução do indicador.
Confiança entre as empresas
Entre as empresas a recuperação da confiança não foi tão fulgurante quanto entre os consumidores mas ainda que ligeira ela sucedeu, após em abril se ter registado o mínimo da série.
A evolução não foi, contudo, transversal e semelhante em todos os setores.
As opiniões dos empresários do setor da Indústria Transformadora e dos Serviços agravaram mesmo o registo de abril. Segundo o INE:
“Nos Serviços, destacaram-se as secções de “Alojamento, restauração e similares” e de “Atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas” que apresentaram os valores mais baixos dos respetivos indicadores de confiança.”
Já na Construção e Obras Públicas e no Comércio os indicadores de confiança registaram um recuperação moderada em amio de 2020.
Mais detalhe do INE
Vale a pena reter a súmula do INE sobre cada setor (na publicação do INE há ainda mais detalhe).
O indicador de confiança da Indústria Transformadora diminuiu entre fevereiro e maio, prolongando a queda abrupta registada em abril e atingindo o mínimo histórico da série. O comportamento do indicador refletiu os contributos negativos do saldo das apreciações relativas à evolução da procura global que, em maio, atingiu o mínimo da série, bem como das opiniões sobre os stocks de produtos acabados que, no mês anterior, tinham contribuído positivamente para o indicador. Diversamente, as perspetivas de produção da empresa recuperaram de forma expressiva em maio, após registarem em abril o valor mínimo da série. O indicador de confiança diminuiu no agrupamento de “Bens Intermédios”, prolongando a queda abrupta do mês anterior e atingindo o mínimo da série, tendo aumentado nos agrupamentos de “Bens de Consumo” e de “Bens de Investimento”.
O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas recuperou parte da diminuição observada em abril, em resultado do aumento do saldo das perspetivas de emprego, enquanto as apreciações sobre a carteira de encomendas voltaram a registar um agravamento, atingindo um novo mínimo desde julho de 2016. O indicador aumentou expressivamente na divisão de “Engenharia Civil”, tendo também aumentado nas divisões de “Atividades Especializadas de Construção” e, de forma ligeira, na de “Promoção Imobiliária e Construção de Edifícios”.
O indicador de confiança do Comércio aumentou de forma moderada em maio, após ter diminuído de forma expressiva em abril quando atingiu o novo mínimo da série. As componentes deste indicador evidenciaram evoluções distintas, com as perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses a recuperarem de forma acentuada do mínimo histórico de série observado em abril. As apreciações relativas ao volume de stocks revelaram também um contributo positivo, mas com menor magnitude que as perspetivas de atividade. Em sentido contrário, as opiniões sobre o volume de vendas prolongaram em maio o forte agravamento do mês anterior, atingindo um novo mínimo da série. Por subsector, o indicador de confiança aumentou de forma mais acentuada no “Comércio a Retalho” que no “Comércio por Grosso”, com as perspetivas de atividade da empresa a recuperarem de forma mais intensa no primeiro caso.
O indicador de confiança dos Serviços diminuiu entre fevereiro e maio, prolongando a queda abrupta registada em abril e atingindo um novo mínimo histórico da série iniciada em abril de 2001, com os expressivos contributos negativos das apreciações sobre a atividade da empresa e sobre a evolução da carteira de encomendas, que atingiram novos mínimos. Em sentido contrário, as perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas recuperaram parcialmente da maior redução mensal da série observada no mês anterior. Em maio, os indicadores de confiança das secções de “Alojamento, restauração e similares”, de “Atividades de informação e comunicação”, de “Atividades imobiliárias” e de “Atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas”, registaram novos mínimos das respetivas séries.