Em dezembro de 2017, a taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) tinha-se fixado nos 1,5%. Ou seja, os preços em dezembro de 2017 estavam mais alto em 1,5% do que os preços do mesmo cabaz de produtos e serviços consumidos pelos consumidores no mês de dezembro de 2016. Volvidos dois meses, a mesma taxa de variação homóloga do IPC – segundo a estimativa rápida do INE – fixou-se nos 0,5%. Ou seja, entre fevereiro de 2016 e fevereiro de 2017, os preços do cabaz de compras apenas aumentaram 0,6%. Parece assim confirmar-se que o movimento com que se iniciou o ano (ver Inflação começa o ano 2018 em queda) pode transformar-se numa tendência.
Teremos que esperar mais alguns dias – até 12 de março de 2018 – para termos o detalhe por classes de despesa e percebermos o que está a conduzir os preços para uma quase estagnação. Contudo, já em janeiro a variação homóloga havia descido para 1,0% (valor final) e, nesse mês, tinham sido 8 das 12 classes de despesa a registar uma desaceleração das respetivas taxas de variação homólogas.
O INE, à altura destacou o seguinte:
“Em sentido oposto [desaceleração das variações homólogas ou mesmo quedas], assinala-se a redução da taxa de variação homóloga da classe do Vestuário e calçado (classe 3) e dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1), com -4,7% e 1,4%, respetivamente (-3,4% e 2,3% no mês anterior).”
Os transportes merecem também destaque no mesmo sentido.
Note-se que o início do ano está a ser marcado por uma forte valorização do Euro face ao Dólar, Renminbi, Libra Britânica ou Iene quando comparado com o que sucedia há um ano, o que poderá estar a ter um impacto nos preços de importações induzindo um menor crescimento dos preços.
Uma situação ao acompanhar, notando-se que o andamento da inflação em Portugal está alinhado (ainda que a um nível diferente) daquele que se vai registando na Zona Euro. Ver a este propósito o destaque do Eurostat “Euro area annual inflation down to 1.2%“.
Em termos de variação média anual, o impacto destes dois meses é ainda limitado, mantendo-se aquele que é o indicador clássico da inflação nos 1,3%.