Em março de 2017, o índice de produção industrial manteve um ritmo de crescimento homólogo vigoroso 1,9% (2,0% em fevereiro) ainda assim menos exuberante do que o índice de volume de negócios no comércio a retalho que acelerou de 1,6% em fevereiro para 4,7% em março.
A estes indicadores juntam-se outros indicadores francamente positivos relativos ao primeiro trimestre (ver “Desemprego abaixo dos 10% pela primeira vez em oito anos“) e mesmo já relativos ao primeiro mês do segundo trimestre (ver “Indicador de clima e indicador de confiança dos consumidores 1997-2017“). Recordamos ainda os dados de fevereiro do comércio internacional de bens (com as exportações a superarem as importações em termos de crescimento), bem como a produção de veículos para exportação que se encontra em retoma.
Igualmente merecedora de destaque está a ser aceleração da produção na construção e o consistente aumento do consumo de cimento, entre outros.
PIB no primeiro trimestre de 2017 deverá superar 2%
Combinando todos estes fatores, e atendendo a que temos taxas de variação homólogo melhores em quase todos os indicadores face ao apurado durante o último trimestre de 2016, é legítimo esperar que em meados de maio, quando o INE divulgar a sua estimativa rápida sobre o PIB referente ao primeiro trimestre de 2017, revele uma taxa de variação homóloga bem acima do avançado para o quarto trimestre de 2016, ou seja, bem acima de 2,0%.
Há ainda algum risco nesta projeção, nomeadamente porque falta conhecer o último mês de comércio internacional de bens, a informação relativa ao comércio externo de serviços (sabendo-se que o crescimento no turismo nos primeiros meses do ano se tenha mantido particularmente pujante) e a relativa à balança de pagamentos em geral. Mas sem surpresas particularmente amargas que não se vislumbram, a aceleração da atividade económica deverá ser uma realidade, pelo menos no primeiro semestre de 2017.