Pelas 11 horas de 6 de novembro de 2017, os juros dos títulos da dívida pública portuguesa a 10 anos (yield de 2,021%) estavam a apenas 31 pontos base do mínimo histórico registado em março de 2015 (1,707%).
Juros de títulos da dívida pública 2017 caiem para metade
Este registo surge alinhado com a tendência de queda dos juros dos títulos da dívida soberana nacional negociados em mercado secundário, iniciada em fevereiro de 2017. A evolução ao longo de 2017 tem sido impressionante, pois os juros caíram para menos de metade do que se registava em janeiro de 2017 (4,107%)
A contribuir para este desempenho deverá estar a evolução da atividade económica, a redução significativa e continuada do défice público, em especial depois de desconsideradas as medidas não recorrentes associadas aos auxílios para reestabilizar o setor bancário, a suavidade com que o BCE tem vindo a desmontar a sua política monetária expansionista, a estabilidade política e, naturalmente, as melhores perspetivas veiculadas publicamente sobre a economia nacional por parte de empresas de análise económica e de rating.
Os dados que usámos por referência são os divulgados pelo sítio investing.com de onde se excertou o presente gráfico.
Este comportamento foi transversal aos títulos da dívida pública, independentemente das maturidades.
Esmagamento do spread da dívida face aos nossos parceiros
Tão ou mais significativo do que esta andamento será o esmagamento do spread da dívida pública portuguesa face à de outros países da Zona Euro.
Em novembro de 2017, o diferencial pago por Portugal nas emissões a 10 anos, em mercado secundário – teoricamente associado ao prémio de risco do país – face ao que é pago pela Alemanha está reduzido a um pouco menos de 170 pontos base.
Face à Espanha anda um pouco acima dos 50 pontos base e face a Itália ronda os 25 pontos base.
Novas emissões mais baratas do que stock da dívida
A manutenção de uma perspetiva positiva para a evolução económica e andamento das contas públicas está também a refletir-se no custo exigido ao Estado português para novas emissões, estando neste momento a emitir a um preço inferior ao custo médio do stock da dívida pública total.
Este facto, indicia uma maior facilidade de cumprimento das suas obrigações e acaba por reforçar o circulo virtuoso em que, de momento, se insere o acesso aos mercados por parte do soberano português.
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