Pelo segundo mês consecutivo, o nível de confiança dos consumidores portugueses, apurado pelos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores revela que o nível de euforia dos consumidores está a descer. Depois dos recordes históricos sucessivos nos níveis de confiança, os consumidores revelam agora um nível de confiança um pouco menor.
Convém sublinhar, no entanto que das quatro variáveis que contribuem para apurar o indicador de confiança, duas se degradaram e outras duas melhoraram. Se é certo que os consumidores, em setembro de 2017, estão menos otimistas quanto às expectativas relativas à evolução do desemprego e da situação económica do país, também é certo que estão mais otimistas quanto à situação financeira do agregado familiar estabilizado e às expectativas sobre a evolução da sua capacidade de poupar.
Entre os empresários, contudo, a tendência geral tem sido de melhoria da confiança, mesmo que com um solução em agosto. Em setembro de 2017 a confiança melhorou nos scetores da Indústria Transformadora, na Construção e Obras Públicas e nos Serviços. Apenas no sector do comércio se registou uma quebra da confiança.
Em termos globais, o indicador de clima (que agrega dados sectoriais das empresas) estabilizou em setembro, depois de te registado uma ligeira quebra em agosto.
Eis um excerto da síntese do INE que dá um pouco mais de informação sobre a evolução das componentes de cada indicador de confiança sectorial.
O indicador de confiança da Indústria Transformadora aumentou ligeiramente em setembro, após ter diminuído em julho e agosto. No mês de referência, as perspetivas de produção contribuíram positivamente para o comportamento do indicador, enquanto as opiniões sobre a evolução dos stocks de produtos acabados e sobre a procura global apresentaram um contributo negativo.
O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas aumentou nos últimos nove meses, atingindo o máximo desde julho de 2002 e refletindo em setembro o contributo positivo das duas componentes, opiniões sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, mais expressivo no primeiro caso.
O indicador de confiança do Comércio diminuiu em agosto e setembro, em resultado no último mês do contributo negativo das apreciações sobre o volume de vendas, uma vez que as perspetivas de atividade estabilizaram e as opiniões sobre o volume de stocks apresentaram um contributo positivo.
O indicador de confiança dos Serviços recuperou em setembro, após ter diminuído no mês anterior, verificando-se um contributo positivo de todas as componentes, saldo das apreciações sobre a atividade da empresa e sobre a evolução da carteira de encomendas e das perspetivas sobre a evolução da procura.