No início de outubro, o Banco de Portugal, através do seu Boletim Económico de outubo de 2017, reviu algumas das projeções macroeconómicas que havia divulgado publicamente em junho de 2017. Em concreto, atualizou os dados de 2017 para os principais agregados e variáveis de interesse para acompanhar a atividade encomómica, como por exemplo, a previsão para a taxa de inflação para 2017.
Esta atualização é feita a escassos dias de se conhecer o enquadramento para o Orçamento do Estado para 2018, momento no qual se conhecerão quais as previsões que o governo considera para 2017 e 2018 como referenciais para estruturar todo o exercício orçamental.
Atualização da previsão da inflação para 2017: 1,6%
A atualização agora realizada às projeções macroeconómicas conduziu o Banco de Portugal a manter a previsão para a taxa de inflação para 2017 que já havia divulgado em junho, ou seja, espera que os preços subam 1,6% em 2017.
Note-se que a projeção é sobre um indicador ligeiramente diferente a taxa de inflação usada internamente, mas que tipicamente não diverge desta, falamos do Índice de Preços Harmonizado no Consumidor que permite comparações mais corretas com a inflação nos nossos parceiros europeus.
O Banco de Portugal espera assim que a inflação se fixe no valor mais elevado desde 2012 (ano em que se registou uma taxa de 2,8%). Face à evolução registadas na inflação efetivamente medida pelo INE nos meses mais recentes, é razoável esperar que a previsão do Banco de Portugal não divirja muito da realidade.
PIB mantêm-se nos 2,5% mas composição muda
A previsão para o PIB mantém-se igualmente face ao que já era esperado em juho de 2017, ou seja, deverá fechar o ano a crescer 2,5%, um valor próximo do apurado há 10 anos e que, portanto, deverá ser o crescimento mais elevado em uma década.
Face a junho, o Banco de Portugal reviu um pouco a composição deste crescimento, esperando agora que o contributo da procura externa seja menos importante e o do consumo privado mais.
Desemprego reforça tendência de queda
A taxa de desemprego foi revista em baixa pelo Banco de Portugal, dos 9,4% para os 9,0%. Note-se que os últimos dados oficiais do INE revelam já uma taxa de desemprego ligeiramente abaixo dos 9,0%. Se a tendência se mantiver, é provável que o Banco de Portugal venha a rever novamente em baixo este valor.
O Banco de Portugal deverá atualizar as suas previsões para 2018 e 2019 numa próxima edição do boletim económico.