O PIB em desaceleração há quatro trimestres conforme o confirma os dados do primeiro trimestre de 2016 revelados pelo INE. Há exatamente um ano registou-se a melhor variação homóloga dos últimos nove trimestres (1,7%) tendo-se registado, desde então, quatro desacelerações sucessivas: 1,5%, 1,4%, 1,3% e 0,8%, esta última no início de 2016.
Nas variações quanto aos trimestres consecutivos, os incrementos têm sido exíguos desde meados do ano passado com o PIB a crescer 0,1%, 0,2% e 0,1% no terceiro e quarto trimestre de 2015 e no primeiro trimestre de 2016, respetivamente.
Consumo interno não trava PIB em desaceleração há quatro trimestres consecutivos:
Segundo os dados ainda limitados hoje divulgados pelo INE na sua estimativa rápida, o crescimento registado no primeiro trimestre de 2016 baseou-se no dinamismo interno da economia portuguesa e foi particularmente penalizado pela redução das exportações de bens e serviços. Quanto ao investimento, o INE destacou uma desaceleração intensa “refletindo a redução da Formação Bruta de Capital Fixo“.
Note-se que o país enfrentou até meados de março um cenário de incerteza política, tendo o Orçamento do Estado só entrado em vigor em abril, algo que não sucedia há vários anos.
A nível europeu registou-se igualmente uma desaceleração da atividade económica face a igual período do ano anterior, mas de dimensão muito marginal. O crescimento homólogo passou de 1,6% no quarto trimestre de 2015 para 1,5% no primeiro trimestre de 2016. Portugal registou o pouco invejável estatuto de segunda economia que menos cresceu na zona euro, em termos homólogos, só tendo sido superado pela negativa pela Grécia cujo PIB caiu de novo de forma abrupta em 1,3%.
A Espanha, nosso principal parceiro, viu a sua economia desacelerar ligeiramente mas mantendo uma das taxas de crescimento mais elevadas da União Europeia: 3,4%.