O crédito malparado entre as famílias indicia tendência de queda desde finais do ano 2015. O ano de 2015 terá mesmo sido já de estabilização com o montante de crédito malparado no início (janeiro) e no fim do ano (novembro) a ser praticamente idêntico.
Como é visível na série cronológica representada no gráfico (tendo por base informação oficial do Banco de Portugal), o mês de dezembro tem sido quase todos os anos um momento de limpeza de balanço por parte dos bancos, reconhecendo e eliminando das contas uma parte dos seus créditos incobraveis e, com isso, reduzindo o montante de crédito malparado e o seu peso no total de crédito concedido.
Esse movimento de limpeza foi particularmente significativo em dezembro de 2015 provocando uma queda em termos de volume do malparado mas também em termos relativos no seu peso na carteira total de crédito ativo. É aliás esse movimento que impede que numa comparação que considere apenas estritamente o período janeiro a julho de 2016 seja notória a inversão da tendência de crescimento do mal parado que se prolongou entre 2007 e 2014.
Em termos homólogos, o volume de crédito mal parado tem-se mantido consistentemente abaixo dos valores registados em 2015.
Em julho de 2016 o volume de malparado das famílias junto de bancos a operar em Portugal era inferior ao apurado em idêntico mês de 2015 em cerca de € 300 milhões, tendo o seu peso no total do crédito concedido diminuído de 4,44% para 4,30%.
Sendo expectável novo movimento de limpeza de balanço no final do corrente ano, deverá tornar-se mais evidente a inversão da tendência de crescimento dos créditos vencidos por via de empréstimos a particulares.
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