O Banco de Portugal indica que o investimento vai disparar em 2017 e 2018 com a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) a passar de 0,1% em 2016 para 4,3%, voltando a acelerar para os 4,6% em 2018.
Em 2016, o cenário é menos abonatório com as principais variáveis, com exceção do consumo privado, muito abaixo do registo de 2015 e a serem revistas em baixa face à projeção feita pelo mesmo Banco de Portugal em março de 2016.
Investimento vai disparar em 2017 e 2018
Analisando as novas projeções macroeconómicas para Portugal para os anos de 2016, 2017 e 2018 contidas no Boletim Económico do verão 2016 constata-se que o Banco de Portugal projeta uma melhoria progressiva da atividade económica revelando-se 2016 como o ano com menor ritmo de crescimento do triénio. O investimento, uma das variáveis críticas para sustentar o crescimento económico, deverá estagnar em 2016 para registar um ritmo de crescimento acima dos 4% para os anos subsequentes. Também a exportações e as importações deverá crescer acima dos 4% nos anos finais do triénio, revelando um comportamento mais modesto, em 2016.
A inflação deverá crescer progressivamente, neste casos prolongando uma tendência que virá já de 2015 ano em que os preços voltaram a registar um crescimento. Ainda assim a inflação deverá ficar pelos 0,7% em 2016. A previsão para a taxa de inflação em 2017 é de 1,4% e para 2018 de 1,5% como se pode constatar no quadro anexo extraído do Boletim Económico do Banco de Portugal.
Para 2016 há três indicadores que se destacam pela positiva. O ano de 2016 é o ano do triénio em que o Banco de Portugal espera que a Balança Corrente e de Capital cresça mais rapidamente (1,9%) sucedendo o mesmo à Balança de Bens e Serviços (1,6%) e ao Consumo Privado (2,1%).
Se para 2016 é precisamente o consumo privado que mais contribui para o crescimento de 1,3% do PIB, sendo a componente mais dinâmica da procura interna, em 2017 e 2018 perderá fulgor apesar de se manter positivo. Nesses anos, o investimento passará a dar um contributo muito relevante para sustentar o crescimento económico ao qual se juntará um maior contributo líquido das exportações.
O consumo público deverá continuar moderado sendo 2016 o ano onde se espero que este cresça de forma mais significativa.
Conclusão:
Em suma, se nos concentrarmos estritamente nas revisão das previsões de curto prazo (relativas a 2016) as indicações do Banco de Portugal apontam para um crescimento mais modesto. Se considerarmos a conjunto do triénio o sinal dado é de que 2016 poderá ser um ano de transição para um crescimento mais robusto em escala e mais saudável em termos estruturais.
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