Inflação desacelera e deverá fechar 2016 nos 0,6%

A taxa de inflação registou em setembro de 2016 uma ligeira desaceleração na sua taxa de variação homóloga (de 0,7% em agosto para 0,6% em setembro) tendo a variação média anual mantido o seu patamar nos 0,6%. Segundo o INE a inflação descontando o efeito da variação dos preços dos combustíveis e produtos alimentares não transformados cresceu também a um ritmo mais moderado: 0,5% em setembro (0,6% entre agosto de 2015 e de 2016).

 

Previsão para a Taxa de Inflação em 2016

Para que a taxa de inflação atinja uma variação média anual de 0,7% no final do ano terá de se registar uma aceleração significativa dos preços nos próximos meses. A variação homóloga dos meses de outubro, novembro e dezembro teria de aumentar para um valor médio nunca inferior a 0,8% o que a suceder seria um valor recorde em vários anos.

Este cenário não é impossível até porque se está a verificar alguma instabilidade com predomínio dos movimentos em alta nos preços dos combustíveis mas, face aos dados de setembro, é agora menos expectável que a inflação feche o ano em 0,7% sendo o valor de final de ano de 0,6% claramente o mais provável neste momento.

 

Inflação desacelera e deverá fechar 2016 nos 0,6%
Inflação desacelera e deverá fechar 2016 nos 0,6% Fonte dos dados de base: INE

 

O que aconteceu em setembro:

Segundo o INE, face a agosto, destaca-se o aumento da contribuição para a variação dos preços de classes como Transportes (classe 7) e do Lazer, Recreação e Cultura (classe 9) tendo, pelo contrário, perdido relevância as classes dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1) e do Vestuário e Calçado (classe 3).

Para uma análise mais detalhada citamos diretamente o INE:

A um nível mais desagregado, por classes de despesa, são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga da classe do Lazer, Recreação e Cultura (classe 9) e dos Transportes (classe 7), com variações de 0,8% e -0,3%, respetivamente (-0,3% e -1,3% no mês anterior). Em sentido oposto, assinala-se a diminuição da taxa de variação homóloga da classe do Vestuário e Calçado (classe 3) e dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1) com variações de -0,8% e 1,0% respetivamente (0,8% e 1,8% em agosto).

Nas classes com contribuições positivas para a variação homóloga do IPC salientam-se a dos Restaurantes e Hotéis (classe 11) e dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1). A classe com contribuição negativa mais relevante foi a do Vestuário e Calçado (classe 3).

Em novembro de 2016 o Banco de Portugal (BdP) irá atualizar as suas projeções macroeconómicas para a economia portuguesa devendo actualizar a sua previsão para a taxa de inflação em 2017. A última estimativa do Banco de Portugal (ainda sem incorporar os dados de setembro) foi avançada esta semana e apontava para uma taxa de 0,7% sendo que o indicador de referência utilizado pelo BdP é ligeiramente diferente ( Índice Harmonizado de Preços no Consumidor e não Índice de Preços no Consumidor).

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