É preciso recuar a outubro de 2008 para encontrar nos dados dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores relativos às Empresas da construção um número tão elevado de empresas que afirmam não ter obstáculos à atividade.
Empresas da construção sem obstáculos à atividade em máximos históricos
Em março de 2016 eram 30,9% as empresas que reportaram não ter obstáculos à atividade (23,2% um ano antes). O principal obstáculo referido foi a procura (73,3%) que ainda assim está 3 pontos abaixo do registado em março de 2015.
A merecer destaque especial surge o crédito bancário (39,2%) agora a níveis significativamente inferiores aos registados, por exemplo, há um ano. De facto, as dificuldades de acesso ao crédito bancário têm caído a pique, passando de 50,1% que o referiam em março de 2015 para os já referido 39,2% em março de 2016. Associado a este facto estará certamente a redução da sinalização das taxas de juro como um obstáculo pois face ao mês homólogo são agora menos 10 em cada 100 as empresas a destacá-lo como limitação à atividade.
Outra variável a merecer destaque é o aumento de importância das dificuldades de acesso a pessoal qualificado por parte das empresas de construção para manterem e incrementarem a sua atividade. Em março de 2015, era uma preocupação para apenas 4,7% das empresas e agora, mantendo-se reduzida, atinge já 7,1% o que é um valor que historicamente está próximo dos valores mais elevados dos últimos anos.
Em termos gerais o setor revela vários indicadores (incluindo o emprego) sobre as empresas da construção que parecem ser particularmente animadores em março de 2016 e que surgem ainda alisados nas prudentes médias móveis de três meses apuradas pelo INE. Fica contudo o sinal de particular interesse para os próximos meses, onde se tirarão teimas quanto a esta possível recuperação de um dos setores mais deprimidos da economia nacional desde o início do século.
A análise foi feita tendo por base os valores efetivos (sem correção de sazonalidade) divulgados pelo INE.
Eis o resumo do INE sobre o setor: