Entre fevereiro e março de 2016, as exportações de bens caíram 4,8 pontos percentuais (de +0,9% para -3,9%) e as importações de bens caíram 5,6 pontos percentuais (de +4,8% para -0,8%). Para esta evolução terão contribuído decisivamente a forte quedas homóloga das exportações de combustíveis, -39,2% (-26,1% nas importações) e um aumento invulgar das importações de material de transporte e acessórios (+18,6%) que terá travado aquilo que teria sido uma queda mais significativa das importações que teria redundado num menor desequilíbrio da balança comercial.
Recorde-se que a partir de abril a fiscalidade sobre a aquisição de automóveis novos em Portugal agravou-se significativamente para os veículos mais poluentes e com maior potencial pelo que março ficou marcado por um fenómeno de antecipação de vendas que se poderá ter refletido, também, no volume de importações.
A influência da degradação das condições económicas em alguns dos mercados mais relevantes terá também contribuído para a contração das exportações, destaque-se por exemplo o caso de Angola onde a contração das exportações (-46,4%) foi mais intensa.
Pela positiva Espanha registou um aumento das compras de produtos portugueses em +2,7%.
Com estes dados de março, o défice da balança comercial de bens aumentou € 133 milhões em termos homólogos. No conjunto do primeiro trimestre a balança comercial degradou-se com as exportações de bens a diminuírem 2,0% e as importações de bens cresceram 1,0% face ao primeiro trimestre de 2015.
Discriminando o comércio internacional de combustíveis, a variação de exportações altera-se significativamente, ainda assim, mantém-se o maior desequilíbrio da balança comercial. Segundo o INE:
“Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, em março de 2016 as exportações decresceram 1,3% e as importações aumentaram 2,8% face a março de 2015 (respetivamente +3,1% e +7,3% em fevereiro de 2016). De salientar que desde junho de 2015 as exportações e importações sem Combustíveis e lubrificantes registaram crescimentos superiores ao da totalidade das exportações e importações. Este diferencial de evolução retrata em grande medida o impacto da redução dos preços relativos dos Combustíveis e lubrificantes.”