O défice comercial melhorou em 2015, tendo melhorado ligeiramente no último trimestre. Por cada €100 importados de bens as exportações serviram para pagar €82,5, uma melhoria face ao período homólogo (quarto trimestre de 2015) de 0,6 pontos percentuais na taxa de cobertura, correspondente a um défice comercial inferior em €120 milhões. Segundo o INE, esta evolução resultou de um queda das importações (-0,9%) superior à queda das exportações no referido trimestre (-0,2%). Contudo as relações com os países emergentes e a compra de automóveis são uma ameaça.
Défice comercial melhorou em 2015 mas há ameaças:
Note-se que desde abril de 2015 as exportações têm vindo a desacelerar, entrando agora em valores marginalmente negativos. As importações já haviam registado uma queda no trimestre terminado em novembro (-1,1%).
“No conjunto do ano de 2015 as exportações aumentaram 3,6% em relação ao ano anterior, o que representa uma aceleração face ao acréscimo de 1,7% registado em 2014. As importações aumentaram 1,9% em 2015, correspondendo a uma desaceleração relativamente ao crescimento de 2014 (+3,4%). O défice da balança comercial atingiu 10 302,0 milhões de euros em 2015, o que representa uma redução de 569,8 milhões de euros face ao ano anterior. A taxa de cobertura situou-se nos 82,9% (+1,3 p.p. face a 2014). Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, no conjunto do ano de 2015 as exportações aumentaram 4,2% e as importações cresceram 6,7% (respetivamente +4,1% e +6,2% em 2014).”
Destaca-se que os combustíveis por via da sua refinação (que recebeu um grande reforço da capacidade instalada na década anterior) e revenda com valor acrescentado acabaram por garantir que a balança comercial de bens melhorasse em 2015. Sem o seu impacto, como sublinha o INE, pelo contrário, as exportações teriam crescido a um ritmo inferior ao das importações, degradando a taxa de cobertura.
Voltando aos dados mais recentes, e olhando apenas para o mês de dezembro, os resultados são mais preocupantes e refletem a situação económica mais desfavorável dos principais destinos das exportações nacionais localizados fora da União Europeia, já que as exportações caíram mais do que as importações. Segundo o INE, em dezembro,
“Em termos das variações homólogas mensais, em dezembro de 2015 as exportações decresceram 2,8%, sobretudo devido ao Comércio Extra-UE (em especial nos Metais comuns, Máquinas e aparelhos e Veículos e outro material de transporte). As importações diminuíram 0,7%, em resultado da evolução registada no Comércio Extra-UE (fundamentalmente devido aos Combustíveis minerais), dado que as importações Intra-UE aumentaram. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, em dezembro de 2015 as exportações diminuíram 0,4% e as importações aumentaram 5,0% (respetivamente +8,0% e +4,7% em novembro de 2015)”.
No mercado intra-comunitário a situação foi menos desequilibrada, ainda assim registou-se uma degradação muito à conta do elevado volume de aquisição de automóveis face ao período anterior:
“Em dezembro de 2015 a variação homóloga das exportações Intra-UE atingiu -0,5% (+9,7% no mês anterior), fundamentalmente devido aos Combustíveis minerais (sobretudo Gasóleo). As importações Intra-UE aumentaram 1,8% (+2,4% no mês anterior), essencialmente em resultado da evolução verificada nos Veículos e outro material de transporte (em especial Automóveis de passageiros).“