Sendo certo que o crédito para reabilitar mais caro do que para construir sempre foi a realidade os números mais recentes merecem um especial destaque. Desde 2014 que o sobrecusto de quem recorre ao crédito para reabilitar face a quem recorre ao crédito para construir de novo não para de aumentar.
Em março de 2016 tinhamos o crédito para reabilitar 68% mais caro do que para construir de novo. Em janeiro de 2009 (mês em que se iniciou a série oficial do INE) esse sobrecusto era de 3%. Nos contratos celebrados nos três meses mais recentes a taxa de juro implícita cobrada pelas instituições financeiras quando o destino do crédito à habitação foi a construção nova fixou-se nos 2,000% enquanto que quando o destino é reabilitação, a taxa foi de 3,361%.
Crédito para reabilitar mais caro:
O aumento do sobrecusto do crédito para reabilitação face ao crédito para construção nova parece ter começado a aumentar precisamente no momento em que se começou a verificar uma redução das taxas de juro implícitas o que indicia que o spread cobrado pelos banco nos novos créditos estará a diminuir mais depressa quando o objetivo é construir do zero do que quando o objetivo é reabilitar. No início de 2014, quando a tendência de aumento do sobrecusto mais recente se iniciou, o crédito para reabilitar era apenas 10% mais caro do que o crédito para construir de novo.
As instituições financeiras estão assim, na prática, atualmente, a contribuir para estimular o construção nova em detrimento da recuperação de imóveis para habitação de uma forma expressiva.
Mais análise sobre estas estatísticas aqui: “Novos créditos à habitação pagam em média um juro de 2,133%“