O Eurostat informa que Portugal teve o segundo maior défice público e a terceira maior dívida pública da UE em 2014. Apenas Chipre teve pior desempenho. Em 2013 o défice público português havia sido de 4,8%.
O défice da União Europeia havia sido de 3,3% em 2013 e de 3,0% em 2014 enquanto que na Zona Euro havia sido de 3,0% em 2013 e de 2,6% em 2014.
A contribuir para a evolução particularmente negativa do défice público em Portugal esteve a imputação ao Estado e, consequentemente, aos contribuintes, da responsabilidade pelo grosso da operação de recapitalização do Novo Banco, numa soma de quase €4 mil milhões (um valor que corresponde sensivelmente a dois anos de orçamento do Ministério da Defesa).
Sendo possível que, teoricamente, uma parte deste valor possa ser recuperado se alguma vez o Novo Banco vier a ser vendido ou se a banca nacional passar por uma completamente inesperada época de saúde financeira, as regras contabilísticas da União Europeia forçam o Estado a reconhecer o défice. Tal sucederá com todos os bancos financiados pelo Fundo de Resolução Bancária recorrendo a dinheiros públicos (ainda que sob a forma de empréstimo ao fundo).
Além dos montantes do orçamento do estado canalizados para o fundo de resolução, os eventuais resultados negativos do Novo Banco e de outros bancos que venham a ser resolvidos são também imputados à esfera do Estado. No último trimestre conhecido de 2015 tal representou um agravamento do défice de mais de €250 milhões.
Ainda segundo o Eurostat, Portugal ficou também no pódio negativo em termos de dívida, apresentando a terceira maior dívida pública da União Europeia: 130,2% em percentagem do PIB. A dimensão média da dívida pública em percentagem do PIB, em 2014, foi de: 92,1% na Zona Euro e de 86,8% na totalidade da União tendo-se degradado em ambos os casos entre 2013 e 2014.