Um dos temas da semana é o movimento de protesto contra a empresa Uber que oferece um serviço de transporte contratado à distância via internet e que levou algumas associações de taxi a procurarem impedir o seu funcionamento. Em relação ao tema damos destaque à opinião do economista de Pedro Pita Barros no blogue “Momentos económicos… e não só” no artigo”sobre a uber“. Eis um excerto:
“(…) A Uber aparece com um novo modelo de negócio, que tem duas características essenciais – mais centrado no cliente e na qualidade de serviço. Não tem em contrapartida a facilidade de identificação e mandar parar para utilização como os táxis. Preço para a mesma distância aparenta não ser muito diferente e se alguma diferença existe é a favor da Uber. Em termos tecnológicos a oferta da Uber pode ser replicada por redes de táxis. A qualidade de serviço do condutor fica então como elemento distintivo fundamental. E neste campo a Uber surge como mais determinada a ter um controle apertado, dando poder ao cliente. E é um aspecto onde existe uma grande heterogeneidade nos táxis, e onde não é visível como poderão resolver esse aspecto, dando à Uber uma vantagem permanente.
De um ponto de vista de funcionamento do sector, de vantagem para o cliente, não encontrei motivo para que a Uber não tenha a possibilidade de operar. Não substituirá a conveniência imediata do táxi que passa na rua, mas certamente apanhará uma parte substancial do negócio. Da mesma forma que os tuk-tuk apanharam outra. O crescimento de novos negócios faz parte da evolução normal da economia. E não vejo aqui, numa primeira análise, qualquer razão para a manifestação dos taxistas que não seja a defesa da sua posição apelando para restrições legais em vez de fornecerem uma alternativa que seja preferível pelos clientes. Natural, mas dificilmente sustentável por longo tempo.”
Relativamente à Uber já aqui publicámos um artigo em julho de 2014. Vale a pena recordar: “Uber Lisboa: anda de taxi?“.