A Itália, Grécia e Portugal foram os países que menos cresceram per capita dentro do Euro. Usando como indicador de comparação o PIB per capita medido em paridades de poder de compra (e convertido em dólares internacionais) referenciado e usado pelo FMI, e considerando os 12 países que a 1 de janeiro de 2001 estavam dentro da moeda única, verifica-se que a Itália é, destacada, a nação que menos cresceu desde que aderiu ao Euro. Segue-se-lhe a Grécia e Portugal. Por oposição, entre os países fundadores da Zona Euro, a Irlanda, seguida de perto pela Alemanha, estão a ser os países que mais conseguiram crescer neste indicador depois do lançamento da moeda única.
Note-se que este indicador permite efetuar comparações internacionais entre países com moedas distintas. Juntado à comparação alguns países da União Europeia que já a integravam na mesma data, como a Dinamarca, a Suécia e o Reino Unido, constata-se que a Suécia registou um melhor desempenho neste indicador do que todos os restantes. O Reino Unido surge logo a seguir à Alemanha e a Dinamarca é, dos três, o que menos cresceu. Note-se que a politica monetária dinamarquesa tem-se pautadado por uma política ativa de estabilização do câmbio face ao euro, algo que não é praticado no Reino Unido e (salvo melhor opinião) nem na Suécia.
Destaca-se que este indicador é influenciado pela evolução das taxas de câmbio face ao dólar revelando um cenário de crescimento mais benigno do que em outros indicadores que apuram o crescimento económico para a Zona Euro. Na prática os países da Zona Euro “beneficiaram” da valorização do euro face ao dólar que perdurou durante a generalidade deste período de tempo considerado. Por outro lado, países onde a perda de população se faça a um ritmo superior à perda do produto (ou que a população cresça mais devagar do que o produto) podem registar um aumento neste indicador per capita, algo que estará patente, por exemplo, nos dados dos últimos anos para países como Portugal.
Em suma, este é apenas mais um indicador. Tomado isoladamente não autoriza muitas conclusões válidas, nem relações inequívocas de causalidade, contudo, revela um pequeno filme da evolução do euro até hoje num dos indicadores de referência usados pelo FMI para calibrar as estatísticas da sua base de dados atualizada trimestralmente.
Não deixa de ser curioso que até 2007, à frente deste indicador estavam – claramente destacadas – a Irlanda e a Grécia (a Grécia aguentou-se mesmo à frente até 2009 e tem sido sempre a descer desde então).