Segundo os dados do mais recente Inquérito de Conjuntura ao Investimento realizado pelo INE (1º semestre de 2015) o investimento empresarial em termos nominais deverá aumentar 2,5% em 2015 (a última expectativa era de uma queda de 2,2%). Segundo os dados do INE, apesar da melhoria das perspetivas de investimento, os empresários nacionais parecem estar predominantemente numa situação de expectativa, menos pessimistas do que há seis meses, mas ainda assim não o suficientemente motivados para apostar num aumento da capacidade produtiva. Os empresários revelam preocupação em garantir que o atual negócio é rentável perante a incerteza e num cenário onde, apesar de alguma melhoria, as perspetivas de venda continuam a ser a preocupação principal. Esta preocupação é suportada pelo reforço do investimento destinado à racionalização e reestruturação bem como para a substituição de equipamentos, diminuindo o peso dos investimentos de extensão da capacidade produtiva e para outros fins. Note-se que este comportamento também se verifica entre as empresas industriais mais vocacionadas para a exportação.
Quanto às formas de financiamento, em 2015, espera-se que o autofinanciamento reforce a sua posição de liderança (passando de 67,5% do total para 69%) sendo acompanhado pelo recurso aos fundos comunitários.
Por escalão de pessoal ao serviço, verifica-se que há diferenças de perspetiva quanto ao investimento em 2015 muito assinaláveis. Nas empresas com até 49 trabalhadores, a esmagadora maioria em Portugal, espera-se uma queda do investimento de 10%. É entre as restantes que a taxa de variação do investimento esperado deverá ser positiva.
Comentário: Racionalizar, dar sustentabilidade ao negócio procurando que seja mais rentável mas com pouca vontade de aumentar a capacidade produtiva. Não há confiança e/ou recursos que cheguem para isso, para já. Esta perspetiva alimenta preocupação, por estarmos numa fase alta do ciclo económico mas com uma atitude de quem ainda está plenamente mergulhado em dúvidas (e dívidas), incerteza e com poucas perspetivas de mudar significativamente a escala do negócio.