O INE divulgou pelo terceiro ano consecutivo o Índice de Bem Estar, um indicador compósito que agrega informação muito diversa sobre a vida corrente da população em vários temas distintos recorrendo a dados provenientes de procedimentos administrativos e de operações estatísticas desenvolvidas no contexto do Sistema Estatístico Nacional, do Sistema Estatístico Europeu, do Banco Mundial, entre outros. Esta informação que constitui vários índices parciais é agrupada em dois índices temáticos (Índice de Qualidade de Vida e Índice de Condições Materiais de Vida) que, no seu conjunto, formam ainda o Índice de Bem Estar.
Tal como em anos anteriores, o Índice de Condições Materiais de Vida continua a dar testemunho de níveis historicamente baixos enquanto o Índice de Qualidade de Vida tem vindo a evoluir no sentido inverso, com francas melhorias. Da conjugação dos dois o INE conclui que o Índice de Bem Estar tem vindo a melhorar sendo que os dados para 2014 são ainda preliminares.
Vale a pena ter atenção ao que o INE diz de forma mais detalhada sobre a evolução de cada índice:
“(…) Os resultados obtidos advêm de evoluções diferenciadas ao nível dos domínios que alicerçam as duas perspetivas consideradas: para a evolução das Condições materiais de vida contribuiu positivamente o comportamento do domínio do Bem-estar económico, o qual atinge um índice de 108,6 no ano 2009 decrescendo nos anos seguintes até 2012 e crescendo a partir desse ano. O acréscimo projetado de 4,8 pontos percentuais no domínio do Bem-estar económico ocorrido entre 2004 e 2014 não foi, contudo, suficiente para evitar o decréscimo do índice agregado das Condições materiais de vida, dada a forte descida ocorrida nos outros dois domínios – Vulnerabilidade económica e Trabalho e remuneração.
Em praticamente todos os anos desde 2006, verificou-se um agravamento do índice relativo à Vulnerabilidade económica, atingindo-se em 2013 o índice 76,21 . Os dados preliminares de 2014 apontam para nova quebra (índice 75,3), representando na comparação com o ano base uma variação de ?24,7 pontos percentuais. O domínio Trabalho e remuneração teve um papel importante na descida do índice sintético de Condições materiais de vida com um decréscimo de 30,0 pontos percentuais entre 2004 e 2013. Neste contexto, o agravamento de todos os indicadores associados ao desemprego revelaram-se preponderantes.
Relativamente aos domínios que explicam o bem-estar em matéria de Qualidade de vida, três deles contribuíram destacadamente para a evolução globalmente positiva registada nesta perspetiva. Em primeiro lugar, o domínio da Educação, conhecimento e competências teve uma evolução em índice muito positiva, cresceu continuamente no período em estudo, apresentando o índice 172,5 em 2013. Os dados preliminares de 2014 revelam a manutenção desta tendência, estimando-se um índice de 181,4. Em segundo lugar, o índice relativo ao domínio do Ambiente aumentou sem exceção, desde 2007, registando o valor de 126,7 em 2013. Os dados preliminares de 2014 acentuam esta tendência, estimando-se um índice de 131,8.
Por último, destaca-se o domínio da Saúde, com uma evolução crescente do índice até 2010 e atingindo em 2013 um valor de 126,1. Os dados preliminares de 2014 apontam para a manutenção dessa evolução positiva, estimando-se um índice de 126,3. Diferentemente, os índices relativos aos restantes domínios apresentaram evoluções inferiores ao desempenho global da perspetiva Qualidade de vida. Contrasta neste subgrupo, o desempenho positivo dos domínios Balanço vida-trabalho e Segurança pessoal com valores em índice respetivamente de 111,4 e de 104,9 em 2013, e os domínios das Relações sociais e bem-estar subjetivo e Participação cívica e governação com desempenhos maioritariamente negativos ao longo da série (na comparação com o ano base), com valores do índice de respetivamente 96,9 e 96,7 em 2013. (…)”
O INE apresenta ainda informação gráfica e análise mais detalhada sobre cada um dos temas incorporados nos índices sintéticos a que aqui demos destaque.